Preconceito de gênero
Ninguém pode aferir de
verdade
Se uma pessoa se sente
bem
Com o gênero que tem ao
nascer
O mundo todo tenta a
vida da pessoa moldar
No gênero que aos olhos
deste deve afigurar
Mas, agonia tremenda
sente a pessoa
Que está aprisionada a
um corpo
Mas sente que em sua
essência
Outro queria ostentar
Há sempre uma luta
interior
De aceitação, de
revelação
De o mundo contrário
enfrentar
Ainda hoje há pessoas
que hostilizam
Quem sua vontade em
termo de gênero
Assume e se faz
respeitar
Não pense que a
empreitada
É leve sem mácula na
alma intensificar
Mas, que mundo é esse
Que uma pessoa para ser
plena
Não pode com seu
próprio corpo
Fazer o que desejar?
Por isso a lei
interveio
Para o preconceito frio
e insensível
Poder a pessoa
enfrentar
Se o importante é o ser
Sentir-se completo no
âmbito do gênero
Que em seu âmago se
afirmou.
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Urgência
Tenho a urgência dos
que são finitos
E não podem calar
diante da dor,
Dor dos que sofrem pelo
descaso
E pela falta de amor
Dos que morrendo de
fome
Aguardam um gesto, um
pão
Que lhes garanta ao
menos mais um dia
Para quem sabe num
outro dia
Essa agonia seja
abrandada de vez
Urgência de ver um
mundo
Onde todas as pessoas
tenham respeito
Pelo simples fato de
todos sermos humanos
Por isso implícita a
condição de compreensão
Ainda nessa urgência
cabem tantas súplicas
Que revelam a agonia de
num mundo
Gélido viver
Onde pessoas matam
outras
Sem nenhum objetivo ter
Urgência de entender a
apatia
Dos que podiam agir
E fingem que com eles
Aquilo não tem nada a
ver
Urgência que ainda em
vida
Pois, sinto-me muitas
vezes
Como uma voz com poucos
seguidores
Tomemos a dor alheia
Tornando-lhe digno o
seu viver
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O morador de rua
Tanto se deve desiludir
E oportunidades não ter
Ou as deixar perder
Uma pessoa que na rua
mora
Transeuntes passam e a
ela nem notam
Alguns pensam serem
marginais
Fogem e eximem-se
De conhecer suas
histórias
O pior de tudo é a
baixa autoestima
O estigma
Quando alguma elo
social
Tenta travar
Eis a dor psicológica
brutal
De assumir para o outro
Que não tem um teto
para se abrigar
Seus objetos, coisas
íntimas
São expostos, às vezes
por outros afanados
Ora, isso é o mínimo
Para quem na vida
É gente sem ter os
requisitos básicos
Para sê-lo
Alguns noticiários nos
surpreendem
E um deles se torna
famoso
De apesar de nada possuir
Num esforço descomunal
Quebra a estatística
E se resplandece como
um artista
Ou um trabalhador
Que rompeu a barreira
Da frieza, do descaso,
do autoflagelo
Muitas vezes nas ruas
perdidas
Estão verdadeiros
gênios
Em várias áreas do conhecimento
Mas que perderam o elo
consigo mesmo
E nas ruas acham que o
mundo também
O elo com ele perderá
Desilusão, desamor, dor
Até quando vai
suportar?
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Quando o amor é sublimado
Um amor por uma só
pessoa
Carnal, platônico,
idealista de alma gêmea
Mas, se somo finitos,
Tudo tem fim
Não digo que só pela
morte
Isso possa vir
As contingências da
vida
Para não machucar,
interferir, até macular
A vida de inocentes
Faz um amor (sim) ser
sublimado
E em algo forte e bom
para a humanidade
Ser direcionado
Aquele amor que tanta
completude
A ambos trouxe
Agora paira em cada um
sozinho
Não é morte do
sentimento
Tão somente solução
para as circunstâncias
No caso formou cofre de
lembranças vivas
Que quando qualquer dos
dois
Triste e perdido
estiver
Pode dele desfrutar
E no íntimo se
regozijar
E para seu próximo
revelar
Plena alegria, amor e
sensibilidade
Eis a força de um amor
sublimado!
Nome: Maria José de Oliveira Guimarães
Escadense - reside em Recife
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