Discursos




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DISCURSO DO ANIVERSÁRIO DE 15 ANOS DA AELE

"Brasil, meu Brasil brasileiro / Meu mulato inzoneiro / Vou cantar-te nos meus versos..."  e é com versos e encantos que a Academia escadense de Letras canta sua terra, sua gente e suas memórias, pois Escada também é Brasil. Um Brasil profundo, pensante, criativo, que floresce em palavras.

Costuma-se dizer que em qualquer cidade do interior, há uma praça, uma igreja e uma boa história para contar. Escada vai além. Tem histórias, sim, mas tem também quem as escreva, quem preserve a memória, quem semeie a palavra e enalteça os frutos do pensamento.

Escada tem sua praça, sua Matriz, seu Mercado — mas tem também sua Academia Escadense de Letras e hoje, nessa noite memorável, essa Casa comemora seus 15 anos de primavera, por isso a Casa Tobias Barreto parafraseia Cecília Meireles ao afirmar que tem aprendido com cada primavera a se cortar e a voltar sempre inteira.

Essa menina-moça, dona de saberes, entre as ladeiras, tem sido ponte, biblioteca viva, guardiã de vozes e farol nos períodos de ventania. Foi assim na pandemia: resistiu, reinventou-se e floresceu. 

Este jardim literário, artístico e cultural tem cultivado a palavra e a memória escadense. Isso cheira a avanço e amadurecimento. Não estamos apenas celebrando uma história - estamos celebrando o verbo que se metamorfoseia, pulsa e se perpetua.

São 15 anos que transformamos letras em sementes, e delas germinaram sonhos e identidade e obviamente, ao falarmos em sonho, trazemos à memória o nome da pessoa visionária que idealizou esta Casa e lutou para construí-la: Luís Minduca. Além desse acadêmico, aplaudimos a todos os fundadores que sonharam com ele e ajudaram a fortalecer esta instituição, aos presidentes e presidentas que por aqui passaram e deixaram seu legado para a formação dessa teia de arte, de cultura, de pertencimento e a todos os acadêmicos que compõem a Casa Tobias Barreto, que acreditam nessa instituição e apoiam as ações desenvolvidas (não vou discorrer sobre os presidentes, porque teremos um momento específico para isso).

Esta Casa tem dado uma contribuição significativa para o desenvolvimento sociocultural e econômico da nossa cidade. Entre os muitos frutos desse trabalho, destacamos três:

1-O concurso artístico-literário

Ele simboliza um marco essencial na promoção da cidadania cultural e no fortalecimento das expressões artísticas e intelectuais locais. Antonio Candido, sociólogo, crítico literário e professor emérito da USP, defendia que a literatura contribui para estimular a liberdade de expressão e o protagonismo dos alunos, ou seja, por intermédio do desenho e da escrita, nós valorizamos os talentos locais, muitas vezes invisibilizados – oferecendo-lhes o palco simbólico do reconhecimento.

Outro aspecto considerável é a formação do pensamento crítico, permitindo que o estudante leia seu contexto sociocultural e exerça sua cidadania. Escrever e desenhar é também agir no mundo — sair do lugar da recepção cultural para ser autor, produtor de arte, voz ativa no tecido social, consolidando, dessa forma, o sentimento de pertencimento. Sobre isso, discute Marilena Chauí, em sua obra "Convite à filosofia", como a cultura e a arte são formas de resistência e construção da liberdade, visto que a arte emancipa, desenvolve a crítica e forma sujeitos atuantes na sociedade.

2-O “Natal com poesia”

Mais que um evento social, trata-se de um autêntico ato de resistência cultural, de justiça social e de semeadura futura. Além de distribuir livros a crianças da periferia, promove o acesso à literatura, sinalizando que ela não é privilégio — é direito de todos e isso combate simbolicamente a exclusão.

Distribuir livros e brinquedos é um gesto humanitário, sim — mas também político, ao posicionar a palavra como ponte entre o saber e o cuidado. O “Natal com Poesia” ratifica a missão maior de uma verdadeira Academia: levar a palavra onde o silêncio tem sido imposto. Logo, o "Natal com Poesia" é um projeto que reitera a missão de uma verdadeira Academia: levar a palavra onde o silêncio tem sido imposto.

3-A publicação das antologias

A produção e publicação de antologias — literárias e não literárias — é uma das ações mais valiosas da Casa. Preserva a memória cultural, promove o pensamento crítico e democratiza o acesso ao mundo da escrita e da publicação, historicamente reservado a poucos.

Essa ação oferece oportunidade a autores de áreas marginalizadas, da zona rural, de escolas públicas — revelando saberes diversos e vozes plurais. É um compromisso com a cultura, com a democratização do conhecimento e com a formação de uma consciência coletiva mais sensível, crítica e participativa. Transformar o silêncio em palavra, e a palavra em legado — eis a missão!

Além de sua missão literária, a AELE tem colaborado com o desenvolvimento econômico de Escada. Isso ocorre quando firmamos parcerias com fazedores de cultura local, fortalecendo uma cadeia produtiva que envolve músicos, gastrônomos, decoradores, fotógrafos, artesãos — profissionais, muitas vezes, invisíveis, mas imprescindíveis. A cultura também gera renda. Não colaboramos apenas com a divulgação literária e científica.

A Casa também tem se dedicado a contemplar minorias e grupos historicamente silenciados. Isso pode ser percebido quando abrimos espaço para mulheres publicarem suas histórias de vida sob sua perspectiva. Nós resgatamos e valorizamos a memória feminina, fortalecemos a autoestima e a identidade e declaramos: “Sua história importa”.

Esta iniciativa revela que nosso compromisso é muito mais amplo do que o da promoção literária. Trata-se de uma atuação com forte impacto social, educativo, afetivo cultural e transformador, porque provoca empoderamento, pertencimento e educação para a equidade de gênero. Na verdade, oportunizamos que elas deixem de ser coadjuvantes e ocupem seu lugar de protagonista e produtora de memória na cidade, transformando a palavra em ferramenta de reparação, inspiração e construção de uma sociedade mais justa, afetiva e igualitária.

Para acrescentar, damos lugar de fala também a pessoas com deficiência, colocar a inclusão em pauta é um passo muito importante, mas não basta. A inclusão é um desafio real, urgente e inacabado. Precisamos transformar a inclusão discursiva em prática, a inclusão protocolar em acesso, oportunidade, representação e respeito às diferenças. Participação parcial em protagonismo real, só dessa forma, conseguiremos construir uma sociedade verdadeiramente justa, diversa e humana. Tereza Mantoan (2003), professora do curso de Pedagogia da UNICAMP, disse que incluir é muito mais do que colocar pessoas diferentes no mesmo espaço. É reconhecer as diferenças e fazer delas um elemento de transformação social.

A AELE tem buscado isso ao envolver em atividades sociais vários grupos minoritários, como a terceira idade, que pode ser incluída devido à discriminação por idade (etarismo) e à exclusão que enfrentam, afetando sua saúde física e mental e reduzindo sua qualidade de vida. Além de crianças de periferia, pessoas negras, entre outros grupos. A Academia amplia os horizontes da cultura e da literatura, reafirmando que a palavra não pertence apenas aos convencionalmente letrados, mas também àqueles que carregam histórias respeitáveis e silenciadas. Nós descortinamos que a cultura não tem um só rosto, e que a palavra pertence a todos, não só aos convencionalmente letrados, mas também aos que carregam histórias silenciadas e respeitáveis.

A cultura é caminho. Lima Barreto e Mário de Andrade, autores de épocas diferentes, já sinalizavam isso.

Lima Barreto, em 1915, em sua obra "Triste Fim de Policarpo Quaresma”, escancarou a hipocrisia nacional e o abismo entre o “Brasil oficial” das elites e o “Brasil real” do povo. Um escritor negro, marginalizado, que denunciou o racismo, o militarismo e a exclusão com lucidez e coragem.

 Mário de Andrade, em 1928, sua obra “Macunaíma”, deu voz aos povos indígenas, à cultura afro-brasileira e aos saberes populares. Descolonizou a literatura, recusando padrões europeus e celebrando a diversidade mestiça do nosso país.

Lima denunciava a exclusão. Mário transformava a margem em centro. Ambos mostraram que a cultura é campo de luta, de denúncia, de transformação política e social.

Por essa razão, nesta noite, a Casa Tobias Barreto celebra seus 15 anos reafirmando seu papel como canal de fortalecimento e difusão da cultura escadense. Que venham mais primaveras e que nós sejamos sempre ponte e abrigo, em que o silêncio nunca tenha a última palavra.

Ratificamos nosso compromisso com a resistência e com a esperança, reconhecendo que a cultura não é adorno: é sustento.

Que venham mais vozes e mais caminhos! E como canta Milton Nascimento:

“Todo artista tem de ir aonde o povo está. ”

Que a AELE continue indo — com arte, com afeto e com coragem. Viva a AELE! Viva a cultura que transforma! Viva o verbo que nos une!

Rosilda Araujo

17/05/2025

(Oradora da AELE – Biênio 2024-2026)



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Discurso de aniversário dos 15 anos da Academia Escadense de Letras

Acadêmicos e acadêmicas,
Autoridades presentes,
Convidados ilustres,
Amigos e amigas da cultura e das letras,

Boa noite!

Chegamos aos nossos 15 anos de vida! Essa data no olhar da vida humana significa que estamos entrando no início da vida adulta, mas também por um momento marcado por muitas transições e mudanças. E a AELE se encontra justamente no meio desse furacão de transições que estão marcando a nossa contemporaneidade.

No entanto, mesmo nos adaptando a essa realidade presente, não deixamos de olhar para trás e entender nossas raízes originárias e nosso principal propósito que é “Lutas com Palavras”. Não podemos perder de vista os Ideais Aeleanos que nasceram mesmo antes de 24 de maio de 2010, quando um grupo de escritores, poetas, historiadores, educadores e artistas, mas acima de tudo sonhadores, sonharam que era possível transformar o mundo por meio da palavra. Eles e elas se recusaram a permitir que o silêncio tomasse o lugar da voz da nossa gente. Com coragem e idealismo os nossos acadêmicos e acadêmicas fundadores plantaram a semente que hoje frutifica em um solo fértil que somos nós que damos continuidade a esse plantio e que estamos cuidando e zelando para que novos frutos sejam produzidos a cada ano. A vocês que plantaram essa semente nossa singela homenagem: José Luís Minduca (In memoriam), Mariinha Leão, Sebastião Ferreira (In memoriam), Sevatil Lobo de Siqueira (In memoriam), Valdeci Leocádio de Siqueira Filho, Adriano de Sousa Sales, Severino José Lins, Waldyr José Siqueira, Marcos Galdino dos Santos, Maria Elizabeth Varela Leocádio, Ana Lucia Gomes Cavalcanti Neto e Maria do Carmo Souza (in memoriam). Obrigada por terem plantado a AELE! Aos que já partiram estão plantados em nós suas histórias e suas lembranças e aos que estão por vir, depositamos em vocês nossa esperança de continuidade.

E aqui para fortalecer nosso compromisso enquanto academia lá em 2010, tomarei licença para usar das palavras proferidas por Sevatil Lobo, nossa eterna oradora e literata que disse o seguinte: “Uma Academia de Letras fomenta em seu reduto a expressão de uma cultura voltada para o aprimoramento do saber e da palavra enquanto Arte; abriga poetas, escritores, ensaístas, cientistas, filósofos, juristas; somos então uma sociedade de caráter literário, científico, artístico, e filosófico; temos o compromisso de esclarecer as mentes, alimentar ideias, [fomentar] leituras seletivas, ajudar na produção da palavra artística; sem deixar de proclamar as inquietações sociais próprias de um novo século, no campo político, social, religioso e, também estético.” (LOBO, Sevatil. 2010).

Portanto, meus amigos, amigas, acadêmicos, acadêmicas e amantes da arte e da literatura, temos uma responsabilidade social diante das mudanças e tragédias que permeiam a nossa sociedade. Podemos ser o fruto que gera esperança, leveza, crítica e poesia! Sevatil Lobo buscou interpretar nosso lema “Lutar com Palavras” e apontou caminhos a serem seguidos. São palavras que nos levaram à ação e que refletem todo o trabalho desenvolvido ao longo desses anos e pelas quais vou parafrasear!

“Lutem com palavras! Afinal, lutar com palavras:

1 – É abolir a ignorância! [Para todo lado tem especialistas de internet]

2 – É quebrar os grilhões! [Racismo é crime!]

3 – É vencer os obstáculos! [Todos os dias]

4 – É dar asas para a Liberdade! [Liberdade de ser quem somos!]

5 – É transformar vidas! [Ver nossos jovens entrarem na Universidade Pública!]

6 – É alimentar sonhos! [Publicar nossos textos!]

7 – É defender um ideal! [Justiça e paz!]

8 – É suavizar realidades tristes! [A cultura nos alimentou durante a pandemia!]

9 – É abrir olhos a cegos! [Desenvolver o senso crítico!]

10 – É fazer crer no impossível! [Essa noite de hoje!]

11 – É vencer o vencedor! [Sempre estar do lado dos mais vulneráveis!]

12 – É também, ser poeta, escritor, cientista, filósofo, historiador, é ser alguém que sabe, que o mundo seria escuro e frio, sem a Palavra!

Enfim, ... lutar com palavras ... é contentar, deleitar, encantar, alimentar e alegrar a alma dos homens [e mulheres]!” (LOBO, Sevatil, 2010).

E se pararem para analisar, essa cartilha de ensinamentos deixada por Sevatil tem sido a tônica do fazer aeleano em todas as suas atividades. Não poderia deixar de citar nosso saudoso Minduca quando falava da sua obra Escada, riqueza de Pernambuco, “é como se fosse um pedacinho de terra que a gente vai poder pegar na mão e apertar no peito”. Faço minhas as suas palavras nobre confrade e aqui te parafraseio: a AELE é como se fosse um pedacinho de terra plantada que a gente pega na mão, aperta no peito, cuida e que por esse cuidado, tem gerado frutos belíssimos. Obrigada a todos e todas!

Isabel Oliveira

Presidente da AELE - Biênio 2024-2026

Escada, 17 de maio de 2025


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Homenagem aos Presidentes e Presidentas da AELE

Estar à frente da Academia Escadense de Letras (AELE) por ocasião do seu aniversário de 15 anos apresenta um senso de grande responsabilidade, mas também um sentimento de pertencimento por fazer parte dessa instituição desde 2014. São 11 anos de compromissos assumidos, inicialmente pela Diretoria Financeira por três gestões, e agora como Presidente. Estar à frente de uma gestão institucional é como apontar o caminho, o abrir alas, é conduzir os passos de quem vem depois, é iluminar e chamar para essa caminhada juntos.

E nesse caminhar estar sozinha não é uma opção. Pode nos fadigar, nos cansar, nos fazer desistir e logo percebemos que todos os caminhantes também param, não se animam a continuar e desistem. Assim, tem sido a AELE nesses 15 anos. Em alguns momentos seu caminhar foi mais rápido, outros mais lentos, no entanto, o mais importante é perceber que seu caminhar nunca parou.

Nesse sentido faço aqui uma breve homenagem aos presidentes e presidentas que contribuíram para essa caminhada, que apontaram os caminhos e que contribuíram para essas 15 voltas em torno do sol, e em extensão, aos seus respectivos Vice-Presidentes e Diretorias. Rendo aqui uma homenagem especial ao nosso confrade Luiz Minduca (in memorian), o idealizador dessa casa, o que sonhou primeiro e semeou esse sonho em outros corações. Logo depois nosso confrade Waldyr Siqueira, o pescador de gente que, assim como Pedro, fortaleceu essa caminhada. Logo depois nossa academia foi conduzida pela primeira mulher, Teresinha Melo, marcando sua passagem com inovação na arte de gerir. Depois, chega Ana Neto, a conciliadora, a pacificadora e a agregadora na condução da sua gestão. Tarcísio Augusto mergulha a AELE com as inovações na comunicação e nas estratégias de reinventar as ações da Academia no momento mais difícil e recente, que foi o período pandêmico. E a AELE se fez Live. A caminhada permanece e Rosilda Araújo assume a condução, direcionando e apontando caminhos, fortalecendo o protagonismo feminino com o Livro das Mulheres. Marcelo Moreira continua a caminhada e tem um papel fundamental na condução dos Concursos Literários e no envolvimento das escolas em nossas ações.

Enquanto condutora atual desse caminhar, só tenho a agradecer a todos e todas que guiaram a Academia, vocês são inspiração para não esmorecer e desanimar. São o impulso para um pequeno descanso, uma pausa para o respiro e persistir na caminhada. Tudo que fizeram está contado e registrado em todas as nossas redes de comunicação. Tudo é memória. Vocês são a nossa memória. Imortais

Isabel Oliveira

Presidente da AELE - Biênio 2024 -2026

Escada, 17 de maio de 2025.



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Discurso de Posse – AELE – Biênio 2024-2026 – 27 de outubro de 2024

Escada, 27 de outubro de 2024

Isabel Crisina Pereira de Oliveira


Excelentíssimo Sr Marcelo Moreira, a quem agradeço e me reporto a todos e todas dessa amada casa Tobias Barreto, membros efetivos, correspondentes, honorários, beneméritos e jovens intelectuais.

Minha querida Diretoria e Coordenações

Aos meus amados esposo, filhos, familiares e amigos

Boa noite!

 

Hoje é um dia de profunda emoção e responsabilidade, um dia em que assumo a presidência desta Academia de Letras com uma imensa honra e um grande sentido de compromisso. Quero expressar a minha gratidão a cada um de vocês pela confiança que depositaram em mim e pela partilha deste sonho de fazer da nossa academia uma referência cultural e intelectual que contribua ativamente para o crescimento de todos e todas, assim como previsto em nossa missão institucional.

A Academia Escadense de Letras nasceu em 2010 com o propósito de fortalecer a arte e a literatura em Escada. Por sua definição uma academia de letras se caracteriza por ser uma instituição de cunho literário e linguístico para promover a língua e a literatura de um país.  A AELE é só isso? Nesses 14 anos de vida a nossa academia tem feito um trabalho exemplar de cuidar, manter e promover a arte, a literatura e a ciência para além das nossas portas, atingindo a nossa cidade, a nossa região, o nosso Estado e até partes do nosso país e para além de suas fronteiras, por meio dos nossos correspondentes.

E quem é a Academia Escadense de Letras? Quem está por trás de todas as suas atividades? Não podemos esquecer que uma Academia de Letras só existe, porque ela é feita de pessoas. Pessoas que fazem artes, literatura e ciência. O que é uma Academia de Letras sem pessoas? Tornar imortal a sua obra, suas ideias, suas produções, só será possível se essas pessoas se fizerem presentes. A gente só é lembrado pelo impacto que deixamos no outro e na outra. Qual a marca que cada um e cada uma aqui está deixando para se tornar imortal e, em consequência tornar nossa academia imortal?

Eu sei que os desafios são gigantes. Vivemos numa sociedade em transformação, uma sociedade que enfrenta desafios de várias ordens: econômicos, sociais, e ambientais, todos complexos e urgentes. Estes desafios tocam não apenas as nossas estruturas, mas também o nosso íntimo como ser humano, a nossa forma de ver, de sentir e de nos relacionarmos uns com os outros. Numa era em que o digital, a velocidade e a globalização dominam o ritmo das nossas vidas, parece que a literatura, a escrita e a arte são, por vezes, deixadas em segundo plano. Mas é precisamente aqui que acredito que nós, como academia, temos um papel fundamental e, diria até insubstituível.

Passamos por uma pandemia que julgamos iríamos nos tornar melhor como pessoas e como civilização, ledo engano, estamos sendo bombardeados por uma propagação sem limites e sem regulação de informações que nos levam a pensar apenas na perspectiva individual, minoritária, misógina e fascista. Esse bombardeio de informações irreais e de vislumbre de uma vida perfeita tem nos adoecido e principalmente adoecido nossas crianças e jovens.

E como academia de letras, podemos contribuir como uma de janela de oportunidade que a arte, a ciência e a literatura podem proporcionar para ajustar e apontar caminhos alternativos. Se não fizermos isso, outros já estão fazendo. O que não falta nas redes são coaches e mini coaches lançando aos quatro cantos do mundo que o problema não está na nossa sociedade extremamente desigual, na falta de oportunidades, na meritocracia, e sim no indivíduo que não focou o suficiente, não trabalhou o suficiente, não rendeu o suficiente, pois todo mundo tem as mesmas 24 horas. E essa insuficiência tem levado muitos adolescentes e jovens a perderem o encanto pela vida. De acordo com o IBGE (2022) 22% dos jovens brasileiros (quase 11 milhões) nem estudam e nem trabalham, sendo chamados de geração Nem-Nem. Destes 11 milhões, apenas 11% são homens brancos, ou seja, teremos uma geração significativa de mulheres e homens, em sua maioria negros, que se tornarão mais pobres nas próximas décadas e, já sabemos quem continuará sendo os alvos dessa sociedade desigual e armada. Como Academia de Letras, temos uma responsabilidade social também sobre essa problemática.

Como dizia Amarthya Sen em seu livro “Desenvolvimento como liberdade”, cada indivíduo tem a capacidade de ser o que ele quiser ser, só lhes falta oportunidade. Que sejamos, ao menos uma pequena parte dentre as janelas de oportunidade. A nossa missão, neste momento de transição e incertezas, é relembrar o valor da palavra, a força transformadora da literatura e a profundidade do pensamento crítico. Precisamos incentivar a criação, mas principalmente uma reflexão sobre a sociedade que estamos construindo. O nosso trabalho, minhas amigas e amigos, não é apenas preservar a arte, a literatura e a ciência, mas também de esperançar esse futuro.

Ontem em uma tarde calma em um ambiente alternativo chamado “Aldeia do Mundo” eu vi uma frase que dizia o seguinte: o mundo será local, coletivo e cuidadoso. Na hora eu duvidei dessa frase, achei utópica e irreal diante de tantas catástrofes sociais, políticas e ambientais (o todo). Mas depois de experienciar o lugar eu entendi que a gente pode fazer a diferença no mundo, não no todo, mas em suas partes. Aquelas pessoas acreditam naquela mudança de perspectiva e suas ações têm alcançado outros e outras, como nos disse João Cabral de Melo Neto quando escreveu “Tecendo o Amanhã”. “Um galo sozinho não tece uma manhã:ele precisará sempre de outros galos. De um que apanhe esse grito e o lance a outro; de um outro galo que apanhe o grito de um galo antes e o lance a outro; e de outros galos que com muitos outros galos se cruzem os fios de sol de seus gritos de galo, para que a manhã, desde uma teia tênue, se vá tecendo, entre todos os galos”.

No entanto, a pandemia nos deixou mais distantes. Tem sido cada vez mais difícil um acadêmico lançar um grito para outro acadêmico e esse laçar a outro acadêmico e assim ir tecendo o amanhã da AELE. Depois do virtual e de entrarmos no modo ‘sem tempo para nada’, nem todos fazem questão da presença, do olho a olho, de um abraço, um café, uma prosa, pois isso é o que nos fortalece como seres humanos. E isso também tem afetado nossos lares, nosso ambiente de trabalho, nosso ambiente de estudo e nossa Academia. E como Academia de Letras precisamos contribuir com a crítica social, ser a diferença entre os indiferentes, ser o verbo, ser presente.

Assim, deixo aqui o conselho do meu patrono, economista Celso Furtado que disse o seguinte: “Aos intelectuais cabe-lhes aprofundar a percepção da realidade social para evitar que se alastrem as manchas de irracionalidade que alimentam o aventureirismo político; cabe-lhes projetar luz sobre os desvãos da história onde se ocultam os crimes cometidos pelos que abusam do poder; cabe-lhes auscultar e traduzir as ansiedades e aspirações das forças sociais ainda sem meios próprios de expressão”. Não podemos nos isentar como seres políticos que somos.

Em outro espaço, nesta mesma tarde de ontem, encontrei a resposta depois das minhas reflexões. “Se todo mundo fizer um pouco, ninguém faz muito (aldeia do mundo). Se todos e todas aqui fizerem um pouco, ninguém fará muito e a Aele se fará ainda mais gigante.

Como mulher, sinto também a responsabilidade de abrir portas, de acolher vozes diversas e de garantir que todas as perspectivas sejam respeitadas e ouvidas. A literatura é um espaço de liberdade, e a nossa academia deve refletir essa mesma liberdade, sendo inclusiva, democrática e promotora da igualdade. Comprometo-me também a promover um ambiente de partilha, em que os nossos membros tenham o espaço necessário para desenvolverem as suas ideias e projetos. Vamos trabalhar para que a nossa academia atenda sua missão institucional de ser reconhecida como uma academia atuante, inclusiva, democrática e plural. Vamos continuar a incentivar a leitura e a escrita em todas as suas formas, porque acreditamos que o conhecimento e a empatia são essenciais para enfrentar os desafios do nosso tempo. Lutar com palavras é o nosso lema. Termino aqui com as palavras simples de Manoel de Barros: “Que a importância de uma coisa não se mede com fita métrica, nem com balanças, nem barômetros. Que a importância de uma coisa há que ser medida pelo encantamento que a coisa produza em nós.” Voltemos a nos encantar meus amigos e amigas. A AELE se faz pelo encantamento por ela.

Agradeço a todos e todas pelo apoio e presença. Muito obrigada.


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DISCURSO DA PRIMEIRA PUBLICAÇÃO DO LIVRO 

“MULHERES DE ESCADA QUE FIZERAM E FAZEM A HISTÓRIA” 

 

“Maria, Maria, é um dom, uma certa magia

Uma força que nos alerta

Uma mulher que merece viver e amar

Como outra qualquer do planeta

Maria, Maria, é o som, é a cor, é o suor

É a dose mais forte e lenta

De uma gente que ri quando deve chorar

E não vive, apenas aguenta

Mas é preciso ter força, é preciso ter raça

É preciso ter gana sempre

Quem traz no corpo a marca, Maria, Maria

Mistura a dor e a alegria

Mas é preciso ter manha, é preciso ter graça

É preciso ter sonho sempre

Quem traz na pele essa marca possui

A estranha mania de ter fé na vida…”

(Milton Nascimento)

Inicio minhas palavras com a música de Milton Nascimento “Maria, Maria”, que apesar de ter mais de 04 décadas de existência, segue lembrada em rádios, redes sociais, novos artistas. A história dessa canção fala sobre uma Maria que o amigo de Milton Nascimento, Fernando Brant, havia comentado. Tratava-se de mulher que lutava sozinha para cuidar dos filhos, apesar de viver com dificuldades e fazia absolutamente tudo para que os seus três rebentos continuassem na escola.

Esta música despontou pela mensagem direta de “força, raça, gana e sonho, sempre”. Percebemos nela a representação da força feminina e continua extremamente atual, dado que a letra conta com inúmeras características comuns com a população feminina brasileira que não desiste, mesmo diante dos obstáculos diários.

Ressalto que esta canção ganhou mais força, quando foi cantada por Elis Regina em 1980. A performance poderosa de Elis representou o elo definitivo da música com o universo feminino, por isso contextualizei nosso lançamento com esta canção, porque, nesse recinto, há muitas Marias que empoderadamente escreveram sua história e com muita “força, raça, gana e sonho fizeram ou têm feito diferença por onde passa.

Falar sobre a força da mulher é tecer um percurso de luta por direitos humanos. A história registra avanços e desafios de uma “parcela minoritária”, mas esclarecemos, de antemão, que esta expressão não está relacionada ao menor número de pessoas. De acordo com o PNAD Contínua (2019) - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 51,8% da população brasileira é de mulheres. Nesse sentido, o termo minoria diz respeito a uma situação de desvantagem social, ou seja, fica à margem da sociedade, por esta razão, lutar é sinônimo de feminilidade.

O panorama histórico tem registros de apagamento, anonimato e silenciamento da mulher. Até bem pouco tempo, precisávamos garimpar rostos e relatos de figuras femininas que lutaram resilientemente em seu contexto de vida, porque a invisibilidade imperava, as identidades e as subjetividades eram mutiladas. 

Reconhecemos nossa marginalização abrangentemente semeada, tanto nos direitos básicos que nos eram negados, como o voto e a escolha de matrimônio, quanto à questão da alfabetização e do estudo, limitando-nos à esfera familiar. Isto significa que já vivemos época em que escrever era para fins de etiqueta, porque só as damas da alta sociedade participavam, intensificando, assim, a desigualdade na literatura entre os gêneros, pois os homens conseguiam escrever e publicar suas obras, enquanto que, a nós, isso era negado e, muitas vezes, proibido.

Vemos isso na literatura, não só em personagens, como também em autoras nacionais e internacionais. A título de exemplo, a escritora e jornalista bielorrussa Svetlana Aleksiévitch, vencedora do Nobel de 2015 deu voz às combatentes soviéticas da 2ª Guerra em seu livro “A Guerra não tem rosto de mulher”. 

Na literatura nacional, encontramos Maria Firmina dos Reis, considerada a primeira romancista brasileira, negra, filha de mãe branca e pai negro, foi a primeira mulher a ser aprovada em um concurso público no Maranhão para o cargo de professora de primário. Escreveu o romance Úrsula (1859), o qual criticava a escravidão por meio da humanização de personagens escravizados, enfrentou o silenciamento da sua obra, que só foi recuperada em 1962 pelo historiador paraibano Horácio de Almeida em um sebo no Rio de Janeiro – e, hoje, até seu rosto verdadeiro é desconhecido.

Outro exemplo, a Academia Brasileira de Letras rejeitou a entrada de Amélia Beviláqua em 1930 e, em 1950, os acadêmicos alteraram o regimento a fim de impossibilitar a elegibilidade feminina registrando que os membros efetivos deveriam ser brasileiros e do sexo masculino, ou seja, só homens poderiam integrá-la. Depois de 27 anos, em 1977, Raquel de Queiroz conseguiu ser eleita nessa academia, quebrando o tabu e abrindo timidamente portas para outras autoras.

Este pano de fundo evidencia nossa negação de direitos, embora muitas delas tenham ressignificado seus espaços e protagonizado suas vidas. Ainda observando os registros, do Brasil colonial aos nossos dias, podemos encontrar a figura feminina lutando, sendo resistência. Sua trajetória traz as marcas de violência que sofreram e praticaram, bem como suas ações contra os desmandos. Entre tantas guerreiras, destacamos as heroínas de Tejucupapo, mulheres lideradas por Maria Camarão que, de crucifixo em punho, convocou todas elas da vila de Goiana a pegarem armas e ajudarem os homens na luta contra os holandeses em 1646.

Francisca Edwiges Neves Gonzaga, Chiquinha Gonzaga, compositora e regente carioca, destacou-se na cultura brasileira, emergiu no cenário musical do Rio de Janeiro em 1877. Corajosa, enfrentava a opressora sociedade patriarcal e criou uma profissão excêntrica para a mulher, causando escândalo na época. Adalgisa Rodrigues Cavalcanti, primeira deputada estadual de Pernambuco em 1945, que teve um mandato marcado pela luta por justiça social, foi presa e torturada, durante o regime militar de 1964.

Carolina Maria de Jesus, catadora de papel e favelada, registrava seu cotidiano da favela em cadernos que encontrava no material que recolhia no lixão e um desses registros deu origem a seu primeiro livro, “Quarto de Despejo - Diário de uma Favelada”, publicado em 1960, tornou-se best-seller, foi vendido em 40 países e traduzido para 16 idiomas.

Estas heroínas, em diferentes contextos e séculos, transpuseram obstáculos para atingirem seus objetivos, e muitas outras fazem parte desse exército de desbravadora, como: Nise da Silveira no campo da psiquiatria; Olegária da Costa Gama, pernambucana abolicionista, que tem uma estátua em Poço da Panela; Geninha da Rosa Borges, atriz pernambucana numa época em que havia muito preconceito; Edwiges de Sá Pereira, na área do jornalismo e educação, nascida em Barreiros, etc.

Em Escada, lugar que inspira esta obra intitulada Mulheres de Escada que fizeram e fazem a história, na qual se registram lutas e resistências, não foi e não é diferente. Superar é a palavra que nos caracteriza em nosso desafio diário. Há várias referências femininas, que, à frente de seu tempo, significaram suas vivências. 

Aqui registramos Maria Amélia Cavalcante de Albuquerque, que rompendo o preconceito da época com o apoio de Tobias Barreto, o qual escreveu uma carta ao Imperador solicitando o ingresso dela à faculdade do Rio de Janeiro, conseguiu estudar Medicina tornando-se a primeira médica do Norte Nordeste do Brasil.

Destacamos também Dionísia Inácia, a escrava abolicionista que trabalhou a vida toda para comprar a alforria não só dela, mas também de toda sua família, Maria Anunciada da Silva (Preta Vanda), Dona Flora, Dona Eulina, Ruth Jatobá, que, na década de 40, sensível à carência do povo escadense, junto com seu esposo, o promotor dr. Jatobá, fez articulações políticas e sociais para construção de um posto de saúde e conquistou a construção de nosso hospital Regional de Escada. Há tantas outras que não estão com sua biografia publicada neste livro, mas têm um mérito considerável pelo legado deixado à nossa cidade e pela referência motivadora para muitas. 

Por esta razão, é imprescindível registrarmos suas experiências de vida, a força que elas emanam para outras mulheres, pois há contribuições expressivas e, dessa forma, imortalizaremos suas histórias.  Este é um dos propósitos desta coletânea literária, dar visibilidade a mulheres escadenses que contribuíram e contribuem para a construção da historiografia e cultura de nossa cidade. 

São tantas personalidades femininas de diferentes épocas e áreas (educação, comércio, saúde, arte plástica, literatura, jurisdição, meio ambiente, etc.) que, nesta edição, totalizam mais de 40. Cada uma delas, em seu contexto, nesse universo feminino tão amplo, configura recortes de vivências, que ao partilhá-las, assume o combate contra o silenciamento e o apagamento.

Obviamente, que alguns questionamentos podem surgir quanto a histórias de mulheres mais novas ou mesmo de outras que não nasceram em Escada, como Ruth Jatobá, esposa do promotor dr. Jatobá, mas passaram a vida aqui e deixaram um legado considerável. 

Sob este viés, pensamos: por que desconsiderar quem contribui? Agindo dessa forma, não fortalecemos uma postura preconceituosa histórica? Estas perguntas retóricas abrem espaço para reflexão, porque a Academia Escadense de Letras existe também para agregar, isto é, respeitamos as histórias de quem contribui.

Dessa forma, afirmo, enquanto presidente da Casa Tobias Barreto, que a publicação dessa obra, feita a muitas mãos, é muito relevante. Estamos abrindo espaço para reconhecermos o valor da mulher na terra dos potiguares, tabajaras e mariquitos, estamos dando o microfone a quem, por muito tempo, foi silenciada e sua voz desconsiderada. 

Sublinhamos que nosso desejo é que outras protagonistas escadenses compartilhem seu trajeto de vida em outras edições a fim de influenciarem pessoas a crescerem e alçarem voos mais altos, e que outros lugares de fala sejam ampliados para que sua voz seja ouvida em fontes plurais. Sabemos que a cultura patriarcal enraizada desperta, muitas vezes, constrangimento, pois nos fizeram acreditar que nossa história não é tão importante para ser publicada.

Na verdade, durante toda trajetória ouvimos que o lugar em que estamos inseridas não é nosso. Por muito tempo, a síndrome do impostor foi desenvolvida, dessa forma, a falta de credibilidade em nós foi intensificada e passamos a usar a autossabotagem, porque assumimos, muitas vezes, como nossa, verdades que nos foram impostas pela sociedade. 

Enfim, nem sempre o lugar destinado a nós é o espaço que desejamos ocupar, nosso lugar no mundo é onde quisermos estar e temos liberdade para escolher o que queremos ser, inclusive, se decidirmos ficar em casa e sermos mães em tempo integral. Logo, nenhuma profissão é exclusiva de um gênero. Portanto, nosso desejo é polinizar as histórias das mulheres escadenses que protagonizaram suas experiências de vida, desbravando dores e preconceitos e, ao longo do tempo, foram ocupando os lugares que querem estar e suavizando os lugares por onde passarem.

Rosilda Araujo

(Presidenta da AELE – Biênio 2020-2022)



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Discurso da Presidenta da Academia Escadense de Letras 

Aniversário de 12 anos

Comemorarmos 12 anos de existência da Casa Tobias Barreto não é mais um aniversário. Temos muitos motivos para nos alegrarmos, fazermos festa e brindarmos. A AELE tem sido símbolo de resistência e transformação. Surgimos na Zona da Mata Sul de Pernambuco, em um contexto de invisibilidade e apagamento artístico-cultural. Escada tem artista? Tem cultura? Tem poeta? Turismo? Estas indagações ecoavam pelas ruas da cidade e, sob este pano de fundo, esta Casa nasceu e trouxe resposta aos questionamentos, aos pouquinhos, vamos fechando as lacunas. 

Cada membro com suas particularidades vai deixando suas contribuições e auxiliando a sociedade escadense a enxergar sua história, seus artistas, seus poetas, os quatro cantos da cidade passam a ser conhecidos e visitados, não só pelos escadenses, mas também por pessoas de fora, escolas de fora. Instituições de ensino começam a desenvolver projetos para saber mais não só sobre Tobias Barreto e Cícero Dias, que outrora eram desconhecidos na cidade. Agora, querem conhecer quem são os artistas da cidade, qual é a cultura escadense e que produtos Escada fabrica, Escada exporta? Sim, isto é transformar o contexto social em que está inserida. Não é presunção, temos feito isso e quando digo nós, pontuo que há acadêmicos que têm desenvolvido ações significativas para a cidade.

As interferências de Paulo Freire na educação pernambucana, na alfabetização para adultos iniciadas em 1960, influenciaram a legislação educacional e ele defendia que era responsabilidade do ser humano transformar a realidade opressora. Temos transformado. Lembro-me bem, quando fui convidada pela FAESC para apresentar um sarau que havíamos organizado na ETE e ao final da apresentação, Minduca se aproxima, parabeniza e gentilmente me pergunta: “eles conhecem Tobias Barreto e Cícero Dias?” Pensativa, respondi que não. Ele só balançou a cabeça. Aquela linguagem teve tanto significado, aquela forma de comunicação me disse tanto... nunca mais dei aula sobre a 3ª fase do romantismo sem falar sobre Tobias Barreto, sem evidenciar Escada, nem sobre o modernismo sem trazer à tona Cícero Dias ou destacar os poetas e artistas locais. Minduca transformou o contexto em que estava inserido. Isso é ser AELE. A AELE tem feito isso. Hoje já ouvimos discursos bem diferentes daqueles que falavam nos primeiros anos desta academia. 

Temos consciência de que há muito para fazermos, que há lacunas a serem preenchidas, mas reconhecemos que estes 12 anos foram profícuos, porque nem a pandemia nos deteve. Mesmo diante de um contexto de desenvolvimento tecnológico, conseguimos nos reinventar e aprendemos a lidar com as ferramentas digitais que tínhamos disponíveis a fim de atrairmos a sociedade escadense e juntos fazermos releituras de contextos sociais, das dores da sociedade, em uma conjunção política muito delicada com muita disseminação do ódio, não nos omitimos, nem retrocedemos, trouxemos questões, de maneira poética, mas não romantizadas, para serem pensadas e analisadas criticamente. Este é um dos papéis da cultura e da arte, elas possuem um enorme potencial para construir uma visão crítica da realidade e formação de consciência. 

Paradoxalmente, conseguimos nos aproximar ainda mais de outras academias no distanciamento social. Moreno, Cabo, Tamandaré, Gravatá, Paulista, Camaragibe, Limoeiro, Sabará/MG através do intercâmbio virtual. Podemos afirmar com propriedade que somos símbolo de reinvenção. Ao voltarmos nossos olhos para o fio condutor da história desta Casa, vemos que ultrapassamos barreiras, realizamos atividades que contemplam minorias (grupos marginalizados na sociedade, como negro, idosos, crianças, indígenas, mulheres), que ainda são menos representadas, consequentemente, menos ouvidas. 

A AELE, na tentativa de atenuar problemas vividos por esta parcela da sociedade que tem sido marcada por marginalização, apagamento e silenciamento, não cruzou os braços. Buscamos realizar ações, como: a distribuição de feira básica, o natal com poesia distribuindo livros, presentes, cestas, entre outros. Somado a isso, a AELE surge abrindo espaço em nossas antologias, damos o lugar de fala. Fazemos questão de abrir um lugar de fala para quem, sozinho, não conseguiu ser ouvido. 

Sabemos que a hierarquia estrutural da sociedade possibilita que produções intelectuais, saberes e vozes desses grupos sejam tratadas inferiormente, mantendo-lhes em um lugar silenciado. Entendemos que, entre várias de nossas funções, dar visibilidade a pessoas que tiveram seus pensamentos desconsiderados durante muito tempo é também nosso papel. Quando tratamos de assuntos específicos de um grupo, estamos dando o microfone para quem realmente vivencia esta realidade.

Por esta razão, abrimos as portas para que nossa sociedade escadense enxergue nossos poetas, nossos artistas, leiam seus textos nas escolas, conheçam suas vidas, suas produções artísticas-literárias e seus nomes sejam divulgados pelos alunos. A AELE é um símbolo de resistência sim, porque há 12 anos, sem apoio público, tem caminhado e atingido os objetivos propostos no Estatuto e, quando falo isto, trago todos os presidentes que passaram por aqui e marcaram sua trajetória com ações significativas para difundirmos a arte, literatura e ciência. Portanto, reitero que juntos somos mais fortes e, machadiando, agimos como a agulha e a linha, costurando laços e abrindo portas para a poesia, arte e a cultura. 

Rosilda Araújo

Presidente da AELE - Biênio 2020-2022



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LANÇAMENTO DO LIVRO: “ENSAIO SOBRE A APARÊNCIA”, DA ESCRITORA SEVATIL LÔBO, NA BIBLIOTECA PÚBLICA ESTADUAL DE PERNAMBUCO
Recife, 26 de junho de 2018 – 19h

DISCURSO DA AUTORA

Recebam todos o meu carinhoso Boa noite...!
        Hoje _ é uma noite especial para mim, pois consegui reunir: colegas de profissão, amigos, irmãos, minha família, e àqueles que primam pela Arte Literária. Este é o meu 10º trabalho literário, mas por ser o 1º individual, torna-se o mais importante, pelo comprometimento assumido em expressar: meus ideais, minhas ideias, ideologia, filosofia, opiniões, minha Fé; e uma tentativa de elucidar um Tema tão controverso na História da Humanidade.
Presto, em seu “Prefácio”, uma homenagem ao Poeta, professor, escritor e crítico literário _ Marcos Accioly _ porque sendo ele o prefaciador deste livro _ foi arrebatado desta vida _ sem que pudesse concluí-lo. O livro, como foi dito no Convite, está dividido em 4 capítulos: o dos Discursos; o dos Ensaios; uma Palestra/Aula; e dois Textos Avulsos.
Os Discursos _ fazem parte da trajetória da minha vida Acadêmica, e neles expresso-me acerca, principalmente, de uma das Artes Fônicas _ A Literatura, e também deixo transparecer minha filosofia, a respeito de vários assuntos;
No “Ensaio sobre a Aparência”, que dá a dimensão de quanto o Tema da Aparência é contraditório, nele, procuro esclarecer o equívoco de tal axioma;
No outro _ “Um bom Escritor”, assumo um papel didático, na pretensão de ensinar algo, àqueles que pretendem “fazer Literatura”;
Na Palestra/Aula, ministrada em Porto de Galinhas _ abordo a Poética Clássica, e seus autores: Aristóteles, Horácio e Longino, para discorrer sobre o Tema: O Escritor e a Obra de Ficção. Nela, cito Longino, e as suas 5 Fontes, do seu “Tratado do Sublime”; e também os 9 Fundamentos Comuns, de Horácio; onde faço alusão ao 5º, que afirma: “...a Composição com vista à Dignidade e Elevação; e reforço que: “A Verdadeira Obra Literária, não pode diminuir, tampouco corromper a “dignidade humana” . (S. Lôbo)
Por fim, apresento dois Textos sobre os Valores: Justiça e Liberdade; para tal, me aproprio criando as Metáforas, quando digo:
My name is Justice!
My name is Liberty!
Tentando traduzir o pensamento delas.
Desejo registrar a “ausência”, neste Evento, do meu irmão Valdeque Lôbo, que partiu no Domingo de Páscoa, deste ano; motivo de não estar presente.
Pediria à minha família , para estarem de pé; minha mãe, irmã, irmão, nora, sobrinhas e sobrinhos; (palmas)
Todos os meus amigos e nobres Acadêmicos, presentes, sintam-se por mim abraçados;
Desejo encerrar minhas palavras, com uns poucos versos de Jorge Luís Borges _ grande Poeta Argentino:

“Não arisque o mármore temerário...
O nome, a opinião, os acontecimentos, a pátria...
O mármore não fale o que calam os homens.
O essencial da vida fenecida _ a trêmula
esperança, o milagre implacável da dor e
o assombro do gozo _ sempre perdurará.
Cegamente reclama duração a alma arbitrária
quando a tem assegurada em vidas alheias,
quando tu mesmo és o espelho e a réplica
daqueles que não alcançaram teu tempo
e outros serão (e são) tua imortalidade na terra”.

A Jesus Cristo; meu Senhor,
_ Em quem estão escondidos os tesouros da Sabedoria e da Ciência _ meus agradecimentos primeiros;
Agradeço, aos colegas Acadêmicos, da Academia Escadense de Letras, pelo incentivo e ajuda, que foram providenciais, para este acontecimento!
E agradeço, outra vez, o cuidado, o agrado, e a consideração extremosa, demonstradas em vossas presenças, que me honram e me aquecem o coração.
Obrigada a todos!
E boa leitura!

Sevatil Lôbo

26 de junho de 2018

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DISCURSO PROFERIDO PELA ACADÊMICA SEVATIL LÔBO, POR OCASIÃO DO “8º ANIVERSÁRIO DE FUNDAÇÃO DA ACADEMIA ESCADENSE DE LETRAS”, E POSSE DOS ACADÊMICOS: JOSEBIAS CARVALHO DE LIMA, MARIA PIEDADE BUARQUE, E JOÃO LINS DE ANDRADE.

Escada, 19 de maio de 2018

Excelentíssima Presidenta da Academia Escadense de Letras, Dra. Ana Lúcia Neto;
Excelentíssima Presidenta da Academia Pernambucana de Letras, Dra. Margarida Cantarelli, representada pela Acadêmica Ivoneide Calado; acompanhada de seu esposo, Sr. Marcos Arruda;
Excelentíssimo Presidente da Academia Cachoeirana de Letras e Artes, Sr. Adilson Guedes;
Excelentíssima Presidenta da Academia de Letras e Artes de Gravatá, Sra. Maria Célia Soares de Carvalho;
Excelentíssima Presidenta da Academia Tamandareense de Letras e Artes, Sra. Ana Cristina Ribeiro;
Ilustríssima Diretora das Faculdades da Escada, Dra. Silvia Gomes Pereira;
Ilustríssima Acadêmica, Sra. Dilsa Farias, da Academia de Letras e Artes de Gravatá;
Ilustríssimo Diretor de Publicações da AELE, Dr. Tarcísio Augusto Alves;
Ilustríssimo Diretor de Comunicação da AELE, Sr. Psicanalista Waldyr Siqueira;
Ilustríssima Secretária da AELE, Mestra Teresinha Melo;
Ilustre Banda Sinfônica, formada por alunos da Universidade Federal de Pernambuco, sob Regência do Maestro da AELE, Prof. Dimison Gomes;
Demais componentes da Mesa de Honra;
Acadêmicos presentes;
Convidados presentes;
Senhoras e Senhores;

        Desejamos saudar, a cada um e a todos, com um “boa noite”, prazenteiro e fraterno; e também vos dizer, da alegria sincera de vos receber neste dia, nesta noite, e neste lugar, para juntos celebrarmos o 8º ANIVERSÁRIO DE FUNDAÇÃO DA ACADEMIA ESCADENSE DE LETRAS; e, para resgatar da memória os anos passados, relembremos por um momento a nossa trajetória:
 _8 Anos; 4 Presidentes; Hoje _ 33 Membros Efetivos; 22 Membros Correspondentes; 30 Membros Honorários; 07 Membros Beneméritos; 13 Jovens Intelectuais _
Era o ano de 2010 _ naquela Festa de Fundação, realizamos o sonho daqueles que ansiavam por mudar a História de Escada _ Escada das ladeiras, do Rio Ipojuca, dos Engenhos, das Casas-grandes, da Natureza exuberante, daquele tempo; do tempo de Tobias, e que hoje, não existe mais.
Em seu 1º Presidente (2010-2011) _ o poeta, pesquisador, escritor e nosso amigo _ o Dr. Luís Minduca. Em sua Gestão, o sonho concretizado; a Posse dos Membros Fundadores; o Hino da AELE, por nosso Poeta, Sebastião Araújo; o Brasão, criado por seus Membros Fundadores; a Posse da 1ª Diretoria, na Câmara dos Vereadores, em 29 de julho de 2010; a escolha do Lema desta Academia, pelos Acadêmicos: Sevatil, Minduca e Sebastião Araújo, quando da visita ao ESPAÇO DE MANOEL BANDEIRA, em Recife, na Rua da União; a  consolidação dos seus Projetos, que se perpetuarão através de seu nome; para citar apenas dois deles: “O Natal com Poesia”, o “Concurso Literário”, e anual, da AELE. Aquele pequeno/grande homem, abnegado às Causas e aos Problemas Sociais _ que nos apaixonou a todos, pela sua dedicação e bondade, e ainda pelo zelo com que cuidou desta Academia de Letras e Artes; que ...”fez por Escada em 30 anos, o que muitos não fariam, caso tivessem 100 anos ao dispor”, como afirma Valterjoy Lôbo.
O nosso querido Acadêmico e amigo, nos deixou ao final de 2016, e a sua ausência ainda nos dói; porém, o seu incansável trabalho, estará eternizado no livro: ”Escada _ Riqueza de Pernambuco”, em seus versos ‘imorríveis’, e em seu terno carinho para conosco.
No Ano de 2017, a Academia escadense de Letras, prestou-lhe homenagens durante uma semana de atividades; homenagens intituladas _ “Luís Minduca _ Vida e Obra”; e neste Ano de 2018, as Faculdades da Escada _ FAESC, em consonância com esta Academia, presta-lhe mais uma homenagem, entre os Eventos da “Semana de Comemoração dos 145 Anos de Emancipação” desta cidade, precisamente no dia 22 de maio, a aposição da placa: “BIBLIOTECA ESCRITOR JOSÉ LUÍS MINDUCA”.
A ele _ a gratidão eterna desta Academia!
Em seu 2º Presidente (2012-2013) _ o professor e psicanalista _ o escritor Waldyr Siqueira, que dando continuidade ao empenho de seu antecessor, cria os “Intercâmbios Culturais”, e os “Encontros de Academias”, que a princípio foram realizados em nossa cidade, nas Faculdades da Escada - FAESC, e logo depois na cidade de Paulista, e alavancaram a importância desta Academia, em Pernambuco, como também, nos Estados da Bahia e Sergipe; em sua Gestão foi instituído o “Bloco Lírico da AELE”, que homenageou personalidades importantes de nosso Município; e ainda em sua gestão, foi publicada a I ANTOLOGIA da AELE; houve naquele momento um afluxo de pessoas que acorriam à Academia, na busca de se tornarem “Imortais”. O Acadêmico Waldyr Siqueira _ cumpre portanto, com relevância, o seu papel na presidência da AELE.
Em sua 3ª Gestão (2014-2015), a Presidenta _ a mestra e escritora _ Teresinha Melo, de início disse a que veio: institui o “Encontro entre Poetas Populares e os Acadêmicos da AELE, com “Almoçando no Mercado”, no intuito de consolidar o popular e o erudito; cria também o “Encontro das Academias de Letras e Artes das Microrregiões de Pernambuco”; em sua gestão foram apadrinhadas a Academia Morenense de Letras e Artes – AMLA, na cidade de Moreno – PE, e a Academia Cachoeirana de Letras e Artes _ ACLA, na cidade de Cachoeira da Bahia, que em 2015, recebeu esta Academia para aquela Solenidade de Fundação, com pompa e circunstância, e uma cordialidade manifesta. Hoje, temos aqui, o seu representante e nosso amigo _ o Acadêmico e seu Presidente _ o escritor Adilson Guedes; ainda em sua gestão, os Saraus Literários ganharam grande fôlego, e a Antologia Anual da AELE atraiu escritores de outras Academias e muitos Jovens Intelectuais. Foram vários os Livros Publicados e lançados naquele período. Muito poderia ainda dizer-se da gestão de Teresinha Melo, mas desejamos aqui defini-la _ como nossa ‘mãezona’, e amiga incontestável _ das Letras e Artes.
Em sua 4ª Gestão (2016-2018), a professora, escritora e Dra. em Estudos das Ciências _ a nossa Ana Lúcia Cavalcanti Neto _ fez-se presente; em 2016 promoveu o importante “Intercâmbio Cultural” entre a cidade de Tobias Barreto, com a Academia Tobiense de Letras e Artes _ ATLA, e a Academia Escadense de Letras _ AELE; da qual adotamos o nome para nossa Academia, como “Casa Tobias Barreto”. Por votação unânime, fui designada para em sua gestão, outra vez, assumir a função de Oradora da AELE, que procuro exercer com o mesmo cuidado, quando da 1ª Gestão, junto ao Presidente Dr. Luís Minduca. Entre as várias atividades instituídas pela gestão atual, citaremos algumas:
·         A instituição do “Coral Sebastião Araújo da AELE”, em homenagem ao Acadêmico, advogado, e nosso Poeta, que em seus versos canta a “Cidade de Escada” tão primorosamente; o Coral da AELE já se apresentou em várias oportunidades, e tem recebido convites que não param de chegar, e a cada ano, se apresenta em uma “Cantata Natalina”, na Igreja da padroeira da Escada;

·         Foram lançadas em sua gestão _ a IV Antologia de Textos Acadêmicos, e a V Antologia de Contos/ Cordeis/ Crônicas/ Poemas; no final de 2017;

·         Ainda para este ano, será lançada a Antologia dos Patronos da AELE, em E-book;

·         Também em sua gestão, teremos o Lançamento do Livro: “Como Ensinar e Aprender _ sobre o nosso Município”; marcado para o dia 23 de maio, às 19h no Auditório da FAESC;

·         O Lançamento do livro: “Ensaio sobre a Aparência”, na Biblioteca Pública Estadual de Pernambuco, da professora e escritora, Sevatil Lôbo _ no dia 29, deste mês de maio, esta oradora que vos fala, e que a todos convida, e sentir-se-á honrada com as vossas presenças;

·         Tivemos ainda os Saraus e Lançamentos, dos Acadêmicos escritores, historiadores e cordelistas, como: o Sarau do Acadêmico e Dr. Francisco de Assis; o Sarau do Acadêmico e Diretor de Edição da AELE, Dr. Tarcísio Augusto; o CD Natalino da Historiadora, Mariinha Leão; e o do Poeta Cordelista, Valdeci Leocádio;

·         Em sua gestão tivemos o “IV Encontro das Academias de Letras e Artes”, e o “V Intercâmbio Cultural da Academia Escadense de Letras - AELE, e a Academia de Letras e Artes de Gravatá - ALAG”; encontro que ainda trazemos na memória _ “aquele maravilhoso confraternizar de amigos das Letras e Artes”; dali saímos enriquecidos e enternecidos, pela amável e calorosa acolhida;

·         (Rumo à Escada, no veículo da Presidenta, em consonância com a então secretária, Teresinha Melo, Sevatil Lôbo e a presidenta da AELE, depois da ideia discutida e amadurecida, foram criadas naquele momento as “Vias Culturais da AELE”, que neste momento encontra-se na 4ª. As duas primeiras aconteceram no Teatro Santa Izabel, para participar de Óperas Clássicas; a 3ª, na residência do nobre Acadêmico Josebias, na “Fazenda Sossego”, onde os Acadêmicos foram recebidos com zelo, ternura, e uma postura amável, que encantou a todos. No momento foi visto um filme, baseado no livro de William Young _ escritor Irlandês de expressão inglesa _ e após, os Acadêmicos foram intimados a se posicionarem sobre a Obra. A 4ª Via Cultural, atendeu ao convite do Maestro Dimison César, para assistir à “Ópera Leonor”, criada em 1854-1929, por Euclides de Aquino Fonseca; executada pela Orquestra Sinfônica da UFPE, na abertura da Temporada de Comemorações de Aniversário do Instituto Ricardo Brennand, e onde o nosso Maestro participou no naipe dos Tenores).

·         E ainda em sua gestão, numa luta acirrada, em que se destacam os nomes de: Mariinha Leão, Teresinha Melo, Ana Neto, Valdeci Leocádio, Elizabeth Leocádio, Waldyr Siqueira, e Piedade Buarque; a Praça Aquilino Porto, será novamente, depois de muitos apelos, denominada pelo nome de nosso Patrono _ “Tobias Barreto de Menezes”, como antes era chamada, e sua placa e busto, serão afixados com a presença desta Academia, dia 21 de maio, às 16h, no local; a AELE, conta com a presença de todos àquela solenidade.

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     Desejo neste momento, abrir um preâmbulo para uma reflexão. Hoje pela manhã, assistimos uma jovem _ ex-atriz, divorciada, e de mãe negra, quebrar os paradigmas da Realeza Britânica; enfim, o Amor de dois jovens, derrubou dogmas, preconceitos e tradições que atravessaram milênios; parabéns a eles! Meghan e o Príncipe Henry!
Que dizer da pessoa da Sra. Ana Lucia Neto?! Tendo produzido como título do meu livro: “Ensaio sobre a Aparência”, e para a sua produção, ter adentrado em estudos dos Clássicos da Literatura, sobre o velho axioma entre “aparência e essência”; lembrei a célebre frase de Saint Exupéry: “O essencial é invisível aos olhos”; e também o célebre pensamento de William Shakespeare: “To be or not to be, is the question” _ “Ser ou não ser, eis a questão”; tão estudada por filósofos posteriores ao gênio, em sua Obra “Hamelet”; então, observei a adolescente, aquela dócil menina, minha aluna na Escola Agrícola Luiz Dias Lins (ano de 1982), e pela experiência com adolescentes e jovens em sala de aula, nós, professores, temos ciência, daqueles alunos que serão um dia, personagens notórios de sua própria história.
Ana – Aninha, como costumo chamá-la. Sua trajetória nesta Academia, não será jamais relegada ao esquecimento, pois como afirma a máxima popular, ”As aparências enganam”, tenho nesta noite, a satisfação de lhe dizer: “Você (permita-me tratá-la assim), é uma das exceções desta regra, porque a sua “aparência”, condiz, perfeitamente, com a sua “essência”, e rico é o homem, que teve a honra de esposá-la; uma “mulher virtuosa” _ como está escrito no
Livro Sagrado, em Provérbios, capítulo 31, e versículo 10 e 11:
“Mulher virtuosa, quem a achará? O seu valor muito excede o de rubins; O coração do seu marido está nela confiado, e a ela nenhuma fazenda faltará”.
Pela sua calma, ternura, bondade, sensibilidade, docilidade, dedicação, luta, ideais, trabalho, disponibilidade,  transparência,  imparcialidade, firmeza,  intelectualidade, dignidade,  e principalmente o Amor, expresso no calor humano e no fino trato, para com todos;
Esta Academia de Letras, lhe reservará sempre, um lugar de destaque em sua “Casa de Letras e Artes”, mas também, em um cantinho especial dos nossos corações.
Obrigada, Ana Lúcia. Uma salva de palmas para nossa Presidenta!
Caminhemos para o final desta Retórica.
Prezados Acadêmicos e Convidados presentes,
Vivemos um momento controverso de nossa História do Brasil; o nosso nobre crítico literário Antônio Cândido, afirma em suas palavras, que os escritores devem preservar “a persistência da pureza no meio do vício” _ e para descrever o Mundo atual :
Corrupção avassaladora;
Violência em ascensão;
Perseguição ao Cristianismo;
O Suicídio alarmante dos Jovens;
A Frieza de Amor e sentimentos bons;
A Emigração dos Povos sem Pátria;
A escassez de Água potável;
Tudo isso sem citar: Tremores na terra, Erupções Vulcânicas, e Genocídios Modernos, etc..
Tudo nos lembra as palavras de Bertold Brecht, que as faço minhas parafraseando-as, e acrescentando às mesmas, a palavra “Não”:
“Que não privatizem sua vida;
que não privatizem seu trabalho;
 que não privatizem sua hora de amar;
e tampouco, que não privatizem _  o seu direito de pensar”.
Recebamos com alegria, nesta noite festiva, os Acadêmicos que tomam Posse como Membros Efetivos desta Intituição: o Acadêmico Josebias Carvalho de Lima e a Acadêmica Maria Piedade Buarque; e ainda, o nosso Membro Benemérito, Acadêmico João Lins de Andrade.
Parabéns a eles!
A AELE, em nome de sua Presidenta, agradece a presença de todos!
Boas Comemorações na semana próxima, e Obrigada.

Escritora, Sevatil Lôbo

Escada, 19 de maio de 2018

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DISCURSO PROFERIDO PELA ACADÊMICA SEVATIL LÔBO, POR OCASIÃO DO “IV ENCONTRO DE ACADEMIAS DE LETRAS DAS MICRORREGIÕES PERNAMBUCO”, E O “V INTERCÂMBIO CULTURAL DA ACADEMIA ESCADENSE DE LETRAS-AELE, E A ACADEMIA DE LETRAS E ARTES DE GRAVATÁ-ALAG

Gravatá, 22 de setembro de 2017

Excelentíssimas Presidentas, da Academia de Letras e Artes de Gravatá-ALAG, e Academia Escadense de Letras-AELE; representadas pelas Acadêmicas, Sra. Maria Célia Soares de Carvalho e Dra. Ana Lúcia Neto;
Excelentíssima Presidenta, da Academia Pernambucana de Letras, Sra. Margarida Cantarelli, representada pelo Acadêmico Admaldo Matos de Assis;
Ilustríssimos Srs. Vice-presidentes, das Academias em Intercâmbio _ Sr. Josias Teles da Silva, e Sr. Adriano Sales;
Ilustríssimas Sras. Secretárias, Sra. Ivoneide Calado, e Sra. Teresinha Melo;
 Acadêmicos e Escritores presentes, da ALAG e AELE;
Autoridades e Convidados;
Cidadãos Gravataenses;
Senhoras e Senhores!

        Hoje à tarde, às 17h02, entramos na Estação da Primavera; Estação da renovação das “esperanças”, quando a natureza fica mais linda; quando os pássaros gorjeiam com um “canto novo”, e as flores, que florescem na Primavera, como: as rosas, as margaridinhas, as gérberas, as orquídeas, as hortências, as buguevileas, os crisântemos, os hibiscos, os lírios _ e entre elas, as lindas e raras “bromélias”, entre as quais, os belos “Gravatás”; E neste “IV Encontro de Academias das Microrregiões de Pernambuco”, da Academia de Letras e Artes de Gravatá, sob o Tema: “Nas Folhas do Gravatá _ escrevemos Versos e Prosa”; a Academia Escadense de Letras, neste momento, saúda, em seu “V Intercâmbio Cultural”, esta Academia, representada por seus Poetas, Escritores, Jornalistas, Filósofos e Historiadores, que ao longo dos anos, têm consolidado sua trajetória, nos trabalhos prestados ao seu Município, e a muitos outros de Pernambuco.
Eu vos saúdo, com um Boa-Noite, primaveril!

Fundação da AELE e seu 1º Presidente
        Era o Ano de 2010 _ do doce mês de maio _ um pequeno grupo de intelectuais se reúne, sonham o mesmo sonho, têm os mesmos ideais, e entre eles, surge o Dr. José Luís Minduca, que pela alma sensível de Poeta, e por amor à Literatura e a Escada, transpõe os sonhos, acirra a luta, projeta e elabora decisões, e assim, junto com seus amigos, funda a ACADEMIA ESCADENSE DE LETRAS.
Noite memorável aquela; a fundação se deu, no Antigo Cine Utinga; e esta Academia de Letras den Gravatá, a seu pedido, participou daquela Solenidade, apadrinhando a AELE; naquela ocasião, o Mestre de Cerimônia foi o Acadêmico Josias Teles, na Gestão do então presidente, o Acadêmico Admaldo Cesário. A AELE, foi apadrinhada também, pela Academia Pernambucana de Letras _ representada na pessoa do seu Presidente, Dr. Waldênio Porto; pela Academia de Letras e Artes do Nordeste-ALANE _ representada na pessoa de sua Presidenta, Profª Ana Maria César; e pela União Brasileira de Escritores-UBE _ representada em seu Presidente, o Engº. Alexandre Santos.
Naquela batalha, o Dr. Minduca teve de vencer a ideia tacanha que circulava em Escada, a de que: “Nada em Escada vai pra frente”; Foi a AELE, que derrubou o preconceito dos de mente grosseira e ignorante. José Luís Minduca _ 1º Presidente desta Academia, e hoje Presidente Honoris causa _ digo em 1º lugar, Poeta, porque os Poetas e os Gênios, não morrem, se encantam; foi ainda, pesquisador, escritor, professor e político. Deixou-nos uma Obra imorredoura, como: “Escada _ Riqueza de Pernambuco”, onde aborda as origens e todo o patrimônio de Casarios e Solares; exerceu por anos, a profissão de Odontólogo; prestou relevantes serviços às causas humanitárias da cidade; criou o “Concurso Literário da AELE”, a fim de dar oportunidade aos Jovens das Escolas Públicas e Privadas da Escada; criou o “Natal com Poesia”, para alegrar as Comunidades Carentes do município. Seu temperamento, era calmo, terno, carismático, vivaz, e firme a um só tempo; atraía as pessoas para ouvi-lo. Fez por Escada, nos últimos 30 anos, o que muitos não fariam, caso tivessem um século ao dispor.
Ele _ meu amigo e ex-aluno, quando do tempo de criança, aos 8 anos de idade; e eu, que com 14 anos já lecionava, na Escolinha da Igreja Presbiteriana em Escada; e da lembrança daquele tempo, já como escritora de Ficção, dediquei-lhe um Conto: "Um Aluno Especial” , na I Antologia da AELE; Conto que ele leu ainda em vida. Escolhemos juntos, o Lema da AELE _“Lutar com Palavras”, inspirados em Carlos Drummond de Andrade, que completa neste ano de 2017, 30 Anos, de seu ‘encantamento’; e sem querer contrariar o Mestre dos Poetas do Modernismo Brasileiro _ dizemos: “Lutar com Palavras”, não é uma luta vã!
A Academia Escadense de Letras ser-lhe-á, eternamente grata; e para homenageá-lo, criou a “Comenda José Luís Minduca da Cultura Escadense”; a Minduca – a admiração e o respeito sincero da AELE.

Trajetória da AELE

A Academia Escadense de Letras teve a oportunidade de abrigar mais três Presidentes: o Acadêmico Waldyr Siqueira _ professor, escritor e psicanalista; a Acadêmica Teresinha Melo _ professora e escritora; e hoje, temos a querida professora, escritora e Doutora em Ciências Biológicas _ Ana Lúcia Gomes Neto. A AELE tem como Patrono, o poeta, escritor, advogado, professor e jurista _ Tobias Barreto de Menezes _ que residiu na cidade de Escada por 10 anos, e transcendeu no tempo _ e se imortalizou também nesta Academia, que buscou em sua vida, inspiração.
A AELE, conta atualmente, com vários programas Literários e Sociais. Este é para nós, o “V Intercâmbio Cultural”; o primeiro, em Pesqueira-PE; o segundo, em Garanhuns; o terceiro, em Cachoeira da Bahia; e o quarto, na cidade de Tobias Barreto, em Sergipe. A Academia Escadense de Letras vem cumprindo o seu papel: social, comunitário, didático, inclusivo, literário e artístico.

Nossos Anfitriões

Gravatá _ falar de Gravatá; a outra Suíça Pernambucana!
Originou-se em 1808, de uma Fazenda do Sr. José Justino Carneiro de Miranda, que vindo da Bacia do Pajeú e das Margens do Ipojuca, se estabeleceu na Serra das Russas, e de sua Fazenda, nasceu “Gravatá”.
·         Cidade envolvida na luta pela Abolição da Escravatura e pela Proclamação da República;
·         Gravatá, de Manoel Bombadino e seus descendentes;
·         Dos ricos Poetas, Escritores, Jornalistas e Filósofos;
·         Da “Sociedade Musical XV de Novembro de Gravatá”;
·         Da Jornalista Fernanda Tavares;
·         Da Presidenta, hoje em New York, Vilma Monteiro Calvetto;
·         E de todos, que hoje aqui, representam o seu Universo Literário.
O “Gravatá” _é uma planta que possui qualidades terapêuticas, aromáticas, culinárias, etc.; e faz parte da vegetação de proteção natural do Cerrado Brasileiro. O Tema: “Nas Folhas de Gravatá _ escrevemos Versos e Prosa”, para o “IV Encontro de Academias de Letras das Microrregiões de Pernambuco”, escolhido por seus poetas e escritores, faz jus, à elevação da cidade de Gravatá, como baluarte da Cultura e Avant-gard nas Lutas Sociais.
A Academia Escadense de Letras, em nome de sua Presidenta, Ana Lúcia Neto, e representando todos os seus Poetas e Escritores, pela Comitiva aqui presente, junto a esta Oradora que vos fala _ Agradece o honrado convite, e se predispõe a receber, todos os colegas Acadêmicos, que se dispuserem a visitar a nossa Escada e esta Academia.
Desejaria falar-vos mais _ não há tempo; Ele_ o Tempo, “... que reduz a nada, o que foi tudo”, como cantava em seus versos o Poeta Edmir Domingues; e que inexoravelmente, nos deixa já _ saudades _ dessa Terra aprazível, de flores e frutos, perfumados!
Findo então, minhas palavras _ nesta doce Primavera, que adoça a alma “dos que acalentam riquezas incomparáveis”, com as palavras, do grande Fernando Pessoa:

“De tudo, ficarão três coisas:
A certeza de que estamos sempre começando...
A certeza de que é preciso continuar...
A certeza de que seremos interrompidos, antes de terminar!”

OBRIGADA, A TODOS.

Escritora, Sevatil Lôbo
Escada, 22 de setembro de 2017


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-DISCURSO DO 7º ANIVERSÁRIO DA ACADEMIA ESCADENSE DE LETRAS, E POSSE DE SEUS NOVOS ACADÊMICOS, PROFERIDO POR SEVATIL LÔBO, ORADORA DA AELE, EM 20 de maio de 2017-

Excelentíssima Presidenta da Academia Escadense de Letras, Prof.ª Dr.ª, Sr.ª Ana Lúcia Neto;
Excelentíssima Presidenta da Academia- FAESC, Prof.ª Dr.ª, Sr.ª Sílvia Pereira;
Autoridades Presentes;
Componentes da Mesa;
Colegas Acadêmicos;
Alunos e Convidados;
Sras. e Srs.

(Introducão)

Hoje, na noite deste dia, sopra uma suave brisa outonal, ouve-se lá fora o farfalhar das árvores, e os prenúncios do Inverno já se fazem sentir, mas, precisamente nesta noite, A ACADEMIA ESCADENSE DE LETRAS, comemora o seu 7º Aniversário, e como “7” é o número das coisas plenas, posto que o Criador em 7 dias, criou os Céus, a Terra, os Mares, as Plantas, os Animais, e o Homem; desejo, antes de iniciar-me acerca da trajetória da Academia Escadense de Letras, abrir um preâmbulo, para discorrer a respeito da Origem e do Conceito de uma Academia.
As Academias surgiram há quase 24 séculos atrás, no tempo da Antiguidade Clássica, nos Jardins vizinhos de Atenas, consagrados ao herói ateniense – Academus, onde Platão estabeleceu sua Sociedade-Escola de Filosofia, chamada “Academus”, de caráter cultural e religioso. Perdurou de 385 a.C. até o ano de 529 d.C.. Os nove séculos de duração da Academia Platônica projetaram o seu nome para o futuro, fazendo-o ressurgir na Renascença.
O vocábulo ACADEMIA está dicionarizado da seguinte forma: Estabelecimento de ensino superior de ciência ou arte; faculdade, escola; Sociedade de caráter científico, literário, artístico, etc.; sendo estes os conceitos do sentido Platônico.
Somos então, uma Sociedade de caráter literário, científico, artístico e filosófico; abrigamos portanto: poetas, escritores, ensaístas, cientistas, filósofos, juristas, musicistas, etc.; e temos o compromisso de: esclarecer as mentes, alimentar ideias e ideais, indicar caminhos, leituras seletivas, ajudar na produção da Palavra artística; sem deixar de proclamar as inquietações sociais próprias de um novo século.

(Trajetória da AELE)

Então, estamos reunidos aqui, na Academia denominada FACULDADES DA ESCADA, para esta Solenidade de Aniversário do 7º ANO da Academia Escadense de Letras, e Posse de seus novos Membros.
Nesses 7 Anos, teve à sua frente, 4 Presidentes: o primeiro, Dr. José Luís Minduca – presidente Honoris-causa e fundador principal da Instituição; o segundo, o Psicanalista e Professor Waldyr Siqueira; a terceira, a Professora e Mestra, Teresinha Melo; e a quarta, aclamada para o biênio 2016 a 2018, a Professora e Doutora, Ana Lúcia Neto.
Todos – incansáveis e zelosos a fim de aprimorar a Cultura da Sociedade escadense.
Ao longo desses 7 Anos, foram instituídos na Agenda Anual da AELE – eventos, concursos e atividades literárias que passarei a relacionar:
“O Natal com Poesia”;
“O Concurso Literário da AELE”;
“Antologia da AELE”, lançamentos anuais, nos gêneros: Ficção e Textos Científicos;
“O Chá das Cinco”;
“Intercâmbio Cultural”;
“Encontro das Academias de Letras e Artes, das Microrregiões de Pernambuco”;
“Saraus Literários” – mensais;
“Bloco Lírico da AELE” – durante o Carnaval;
“Almoçando no Mercado” – encontro entre Poetas populares e os Acadêmicos da AELE;
“Forró da AELE” – durante o mês de junho;
“Passeio Ciclístico da AELE” – no entorno do Casario e Patrimônio Histórico do Município;
 “Lendas Urbanas e Rurais do Município” – vivenciadas em encontros programados pela Academia;
“Coral da AELE - Sebastião Araújo” – dirigido pelo professor Dimison Gomes, também seu Maestro, e hoje, empossado como Membro Efetivo da AELE.
A Academia Escadense de Letras possui as Comendas:
“Ordem do Mérito Maior da Casa Tobias Barreto”;
“Ordem Arimunã do Mérito Literário Samuel Campelo”;
“Ordem do Mérito da Justiça Social Manuel Valentim”;
“Ordem do Mérito Espírito da Paz”;
“Ordem do Mérito Jundiá Grande – Cícero Dias”;
Ordem do Mérito da Educação – Barão da Escada”;
Eestabelece hoje, a “Comenda José Luís Minduca da Cultura Escadense”, que nesta noite , será entregue à sua genitora e ao Acadêmico Luciano ......................

(Fala da Oradora)

Sras. e Srs.,
Somos como o rio que passa, segue o mar e jamais retorna, pois a água de hoje, não será a água de amanhã; e como dizia o renomado romancista Francês, Marcel Proust: ”É necessário nunca ter medo de ir longe demais, porque a verdade está sempre mais adiante”; e a nossa Cecília Meireles, afirmou: “Que ninguém passe em vão ao nosso lado”; e a fim de frisar a importância de alguém que marcou as nossas vidas, está o primeiro Presidente da AELE – o Dr. Luís Minduca – meu amigo, meu ex-aluno, meu colega de Academia; precisaríamos de muito tempo para discorrer a respeito de sua biografia; palavras, elogios, não dariam conta de externar tudo o quanto, o prezado Acadêmico significou para nós; deixou-nos o seu legado de Homem de Letras – como Poeta, Historiador, Cidadão escadense, que, como afirma Valterjoy Lôbo, “Fez por Escada, nesses últimos 30 Anos, o que muitos não fariam ainda que tivessem 100 Anos à disposição”. A Academia Escadense de Letras escolheu os dias 17,18 e 19, deste mês de maio, para homenageá-lo e agradecer-lhe pelo imorrível legado a nós outorgado. E hoje, em sua homenagem, estabelece a “Comenda José Luís Minduca da Cultura Escadense”. A ele, portanto, nossos agradecimentos, aplausos e memória eterna.

(Ao Mestre Antonio Candido)

Ao abrir o Diário de Pernambuco, no dia 13 de maio, uma sexta-feira deste mês, assim se pronunciava o Jornal: ”Faleceu, na madrugada desta sexta-feira, o escritor, crítico literário e sociólogo Antonio Candido, aos 98 Anos de idade”. Li toda a matéria – encontrei-a paupérrima! Conhecendo de perto sua Obra, como: Formação da Literatura Brasileira; Vários Escritos, Literatura e Sociedade; e inúmeros títulos  dos quais acompanhei os seus lançamentos; estarreceu-me, que o maior Crítico Literário do Brasil, publicado no Ocidente e Ásia; responsável e defensor da “Estética da Recepção”, no Brasil, a ele – coubesse apenas meia página, seguida de um anúncio desses prédios feitos, especialmente para ricos.
Lamentei e lastimei, pois em uma de suas palestras, o Metre Antonio Candido, em seu livro “Vários Escritos”, na 2ª parte, capítulo intitulado “O Direito à Literatura”, onde ele defende o direito do pobre, à uma leitura seleta; o professor Candido, afirmava, que “A Literatura é o sonho acordado das Civilizações”, e que, ...assim como não é possível haver equilíbrio psíquico, sem o sonho, durante o sono, talvez não haja equilíbrio social sem a Literatura – como manifestação universal de todos os homens em todos os tempos”. Esta Academia Escadense de Letras, presta-lhe hoje homenagem, e se compromete de através de sua Biblioteca, realizar estudos de sua Obra, para bem formar, o pensamento dos futuros literatos escadenses, e diz: “Descansa agora, grande Mestre!”

(O Cenário do Brasil atual)

O grande Cervantes, disse um dia: “Cada homem é como Deus os fez. E às vezes pior”; o Homem pensa que chegou a um máximo de racionalidade técnica e de domínio sobre a Natureza, mas , ao vislumbrar a atual conjuntura política do nosso país, ficamos boquiabertos ante a confirmação de atraso e pobreza por toda parte, por todos os Continentes. Para citar apenas cinco desses: A corrupção dos governantes; a Imigração desenfreada de países, como o Sudão, Etiópia, Síria, Afeganistão, Venezuela...; o Terrorismo galopante; a explosão de novas drogas; a falta d’água e de alimentos; a violência às crianças e aos jovens; e na nossa Nação, temos uma constatação urgente e a pergunta: “Onde encontrar um Presidente?”

(Meu tempo de FAESC)

Neste instante, as lembranças vêm nítidas e a saudade aperta o peito. Lecionei nesta Academia da FAESC, durante os anos de 2005 a 2007; Como esquecer as manhãs de sábado, das aulas de Teoria Literária à beira da piscina? As análises dos Contos Machadianos e os estudos de Crítica Literária, onde cada um sobressaia-se grandemente. E as apresentações das sínteses dos romances brasileiros, onde todos ficavam em alvoroço? E as Peças Teatrais? E o Dom Quixote caracterizado, perseguido e filmado a rigor, pelo aluno Castro? Os Autos de Gil Vicente, as declamações do Navio Negreiro nos Festivais de Literatura, bem como os recitais de Os Lusíadas?! A vinda do Poeta Marcos Accioly, e sua declamação de O Roçado?! AH!, bons tempos aqueles!

(Conclusão)

E neste momento, caminhando para o final desta retórica, desejamos agradecer a todos que tornaram possível, este evento; que esta noite possa ficar em memória dos que participaram conosco desta Solenidade; e que o povo da Escada, tenha sempre a guarida de um reduto, onde o Conhecimento tem passagem livre; que o Mestre dos Mestres, o Deus único e verdadeiro, “...em quem estão escondidos os tesouros da Sabedoria”, nos abençoe a todos.
À nossa Presidenta, Ana Lúcia, nossos parabéns, pelo modo gentil, gracioso, elegante, e eficaz, com que conduz a Academia de Letras da Escada; e parabéns também à sua Diretoria. Aos Acadêmicos hoje empossados, entre os quais, encontra-se a professora Vanilda Lôbo, minha mãe, sois bem-vindos!
Estarei me ausentando por 25 dias, desta Academia, vou ao Estado do Pará – vou para o lugar onde jorram as fontes; brotam frondosas as mangueiras, e o índio corre solto por matas (ainda) virgens... a Amazônia!
Finalizo com os Versos:
“O homem canta, a sombra reconhece. O homem morre, a sombra permanece”.
A Academia Escadense de Letras, agradece a todos! Obrigada!   

By: Sevatil Lôbo de Siqueira

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DISCURSO DA ACADEMIA ESCADENSE DE LETRAS POR OCASIÃO DE SUA CONFRATERNIZAÇÃO ANUAL
 E LANÇAMENT5O DA IV ANTOLOGIA DE TEXTOS ACADÊMICO S – PROFERIDO PELA ACADÊMICA SEVATIL LÔBO – ORADORA DA AELE – Escada, 27 de dezembro de 2016

Excelentíssima Presidenta da Academia Escadense de Letras;
Ilustre Diretoria da AELE;
Colegas Acadêmicos;
Convidados Presentes; 
Senhoras e Senhores

Se repassarmos em nossa memória, alguns fatos que aconteceram ao longo desse ano de 2016, veremos que alguns muito de perto nos atingiram como seres humanos, e também como Acadêmicos:
Logo de início, assistimos a luta pelo Impeachment, da Presidenta Dilma Rouseff ;
Vimos a Lava-jato estender seus tentáculos e alcançar políticos, que jamais pensaríamos corruptos;
Assistimos a lenta e dolorosa luta dos Imigrantes de todo o Mundo, principalmente da Síria, da África, e do Afeganistão – escutamos o choro incessante das crianças refugiadas, e também vimos o corpo daquela criança de quase dois anos, inerte na beira da praia – acalentada pelo balanço das ondas;
Assistimos aos atentados terroristas na França, e na Alemanha – em Berlim;
Compartilhamos, passo a passo, a truculenta Campanha Eleitoral na América do Norte;
A Literatura perdeu, a partir de 2014, escritores de nomes que se transformaram imorríveis por suas Obras, como: João Ubaldo Ribeiro – nosso cronista-mor; Ariano Suassuna – com sua “Pedra do Reino” e seu Reino, seu “Auto da Compadecida” e suas “Aulas Espetáculos”; ainda no mesmo ano, perdemos Gabriel García Márques – do famoso livro “Cem Anos de Solidão” – com sua cidade imaginária de ‘Macondo’, que narra a origem do povo Colombiano; Neste ano, mês de dezembro, perdemos o grande poeta e crítico brasileiro, Ferreira Gullar; perdemos dia 21, o nosso presidente Honoris-Causa, o Doutor Luís Minduca – nosso poeta,  historiador e cidadão escadense, que, como afirma o contador Valterjoy Lôbo, “fez por Escada, nesses últimos 30 anos, o que muitos não fariam nem que tivessem 100 anos à disposição”; por último, no dia 25, perde a Literatura, a Poeta, Professora da Cátedra de Teoria Literária, do Curso de Letras da UFPE, Membro da Academia Pernambucana de Letras e de outras d’além mar; a Crítica literária renomada entre os atuais – Lucila Nogueira – a grande mulher, com quem tive o privilégio de conviver em anos passados na FUNESO, em Olinda, e na UFPE, como aluna assistente do Curso de Teoria da Literatura.
Voltando ao retrospecto dos fatos:
A Presidência da República luta para convencer o Povo Brasileiro, que se encontra tomando as decisões acertadas, a fim de levantar o País – País, onde atualmente, os pobres tornaram-se miseráveis, os da antiga classe-média, agora pobres, e os ricos, sem riquezas.
Em meio a tantos horizontes tenebrosos, nós que compomos a AELE, chegamos ao final de 2016. Carregamos em nosso acervo o que já produzimos e o que recebemos dos nossos colegas em Cachoeira da Bahia, em Tobias Barreto, Sergipe, como também das cidades das Microrregiões de Pernambuco, entre elas: Tamandaré, Paulista, Moreno, e outras.
Queremos nesta noite, deixar uma mensagem a todos:
“Ainda que todas as luzes se apaguem;
Ainda que queiram calar os gritos de nossas vozes;
Ainda que tentem tirar o viço de nossa maturidade;
Ainda que as crianças pobres, estejam condenadas a
beberem água salobra e pouca, que lhes é imputado por direito;
Ainda que o pão dos homens não mate a fome da Humanidade,
e o mal cheiro das Injustiças se faça sentir em toda a Terra;
Ainda que um tirano esteja a nos espreitar, e se levante com todo seu poder e dinheiro;” (1)

Há uma – LUZ!  E dela falou Isaías a 700 anos antes de Jesus Cristo nascer:

O povo que andava em trevas viu uma grande luz, e sobre os que habitavam na região da sombra da morte resplandeceu a luz.
Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o principado está sobre os seus ombros; e o seu nome será Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz”. (2)
Então – sigamos sua LUZ!
Sabemos que “o homem só pode falar seu pensamento se pensar sua palavra” (3) , e aquela  PALAVRA, que um dia nos trouxe à existência, nos adverte:
_ Continuemos, pois a vida exige que Marchemos!
Esta Academia de Letras,  em nome de sua presidenta, Ana Lúcia Neto,  e desta oradora , que vos fala, deseja a todos os colegas Acadêmicos e amigos: 
Um Ano Novo Profícuo e Benfazejo!!!


1.     Texto da escritora Sevatil Lôbo
2.     Texto da Bíblia Sagrada, do livro do  profeta Isaías, no cap, 9, vers, 6,

3.     Texto do pensador BONALD

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DISCURSO PROFERIDO POR OCASIÃO DO VELÓRIO E HOMENAGEM PÓSTUMA DA ACADEMIA ESCADENSE DE LETRAS AO PRESIDENTE HONORIS CAUSA – DR. LUÍS MINDUCA – PELA ACADÊMICA E ORADORA DA AELE – SRA. SEVATIL LÔBO


(Diretoria do Biênio 2017 a 2018)

Saudações Acadêmicas a todos


Estamos vivendo a 2ª década, desse 1º século, desse 3º milênio; precisamente o ano de 2016. Ano que em seu final, tornou-se funesto para a Academia Escadense de Letras, pois nos encontramos aqui, pela perda, doída, inesperada, e insubstituível, do amigo e intelectual desta Academia, o Dr. Luís Minduca – o nosso Presidente Honoris Causa, e fundador principal da AELE.
Há quem diga, que não existem pessoas insubstituíveis, o que concordo em termos do aspecto humano, físico; mas há sim, pessoas insubstituíveis no campo das ideias, e, como era chamado carinhosamente de apenas “Minduca”, ele foi e será para nós, alguém insubstituível.
Precisaríamos de muito tempo para discorrer a respeito de sua biografia; palavras, elogios, não dariam conta de externar o sentimento hoje sentido. Fica para nós o seu legado de homem de Letras; sua Obra de 1º como o Poeta, depois, o Historiador, e ainda o Cidadão Escadense, que nessas últimas 3 décadas, contribuiu incansavelmente para o elevo cultural da cidade de Escada.
Desejo ler alguns versos seus, que estão registrados em seu livro “Escada, Riqueza de Pernambuco”, do seu Poema “Sem me ver”:
“Quero um coração batendo
Sem emoções.
Que a pressão não se altere,





Que minha face não core,
Que as urticárias não se manifestem,
Que os sonhos não incomodem
Meus longos e eternos sonos”
...
“E, quando assim for
Na solidão total de um homem
Onde nem a brisa ousa rondar,
 O passado deixará de viver”.
“Em tudo mais,
O que minha alma leva E que me é permitido externar-lhe,
 Deixo que tu percebas,
 Ao sondar no fundo, da minha alma”.

Esta Academia eternamente ser-lhe-á, infinitamente grata!

Desejo neste momento, ler aos colegas e amigos Acadêmicos, um trecho da Palavra de Deus, que se encontra em 1 Tessalonicenses, Capítulo 4, e Versículos 13 ao 18, que diz:
“Não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais, como os demais que não têm esperança.
 Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem Deus os tornará a trazer com ele.
Dizemo-vos, pois, isto pela palavra do Senhor; que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem.
Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro;
depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com ele nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor.
Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras”.

Desejo ainda, cantar com os amigos, aquele hino cantado pela orquestra do Navio Titanic quando afundava, o hino “Mais perto quero estar”, da Harpa Cristã, de nº 187, apenas a 1ª e última estrofe; tocado por aqueles que tinham dentro de si a esperança do ‘Encontro’, com o Mestre da Galileia; enquanto as pessoas corriam desatinadas, em busca de um barco que as pudesse salvar:

“Mais perto quero estar
Meu Deus de Ti!
Inda que seja dor
Que me una a Ti,
Sempre hei de suplicar
Mais perto quero estar
Mais perto quero estar  
Meu Deus, de Ti!

E, quando Cristo, enfim,
Me vier chamar,
Nos céus com serafins,
Irei morar.
Então me alegrarei
Perto de Ti, meu Rei.
Perto de Ti, meu Rei,
Meu Deus, de Ti!”

Obrigada a todos.
Sevatil Lôbo
 (Oradora da AELE)
 Escada, 21 de dezembro de 2016       






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CIDADE DE TOBIAS BARRETO, 29 DE OUTUBRO DE 2016

DISCURSO – PROFERIDO POR OCASIÃO DO INTERCÃMBIO CULTURAL ENTRE A ACADEMIA ESCADENSE DE LETRAS – AELE; E A ACADEMIA TOBIENSE DE LETRAS E ARTES – ATLA, PELA ACADÊMICA E ORADORA DA AELE, ESCRITORA SEVATIL LÔBO.

                                    (Saudações)

Excelentíssimo Senhor Presidente da Academia Tobiense de Letras e Artes, Dr. Adeilson Nogueira;
Excelentíssima Senhora Presidenta da Academia Escadense de Letras, Dra. Ana Lúcia Neto;
Ilustríssimo Senhor Secretário de Cultura, desta cidade, Escritor Josenilson Bispo;
Ilustres Secretários da ATLA e da AELE, Professores-escritores, Senhor e Senhora, Roberto Bispo e Teresinha Melo;
Demais Componentes da Mesa;
Acadêmicos das cidades em Intercâmbio;
Convidados presentes;
Senhoras e Senhores.
(Introdução)

A Academia Escadense de Letras, saúda a Academia Tobiense de Letras e Artes, por ocasião deste Intercâmbio fraterno e tão desejado já de alguns anos.
    Desejamos dizer da alegria manifesta por todas as horas convividas convosco nesta Terra, onde pulsa forte o “sentimento de Sertanidade”, que não é Utopia de um povo sem identidade, mas, como afirma Anco Márcio Tenório – professor do Departamento de Letras da UFPE – quando diz: “O Sertão é a Esfinge que nos espreita todas as horas do dia; o Relógio que marca o nosso descompasso entre o que desejamos ser e o que somos de fato”. Desejamos ainda, saúdar, todo o Povo Tobiense, deste “bravo rincão”, onde a memória do seu maior vulto intelectual, o também nosso – Mestre Tobias Barreto de Menezes – professor, filósofo, crítico, poeta, e Jurista brasileiro – escolhido pela Academia Escadense de Letras, como seu Patrono, por representar para a AELE – como representou para a Faculdade de Direito do Recife, que em sua homenagem, chamou-a carinhosamente, “Casa de Tobias” – o ícone maior, o homem de Letras, que influenciaria e mudaria para sempre as consciências daqueles, que tiveram o privilégio de com ele conviver.

(Trajetória da Academia Escadense de Letras)

    A Academia Escadense de Letras, foi fundada em 2010, e apadrinhada pela Academia Pernambucana de Letras. Seus membros fundadores – Mariinha Leão, José Luiz Minduca, Sebastião Ferreira de Araújo, Valdecí Leocádio,  e Sevatil Lôbo; seus nomes encontram-se grafados num enigma contido no Brasão da Academia. O Lema escolhido para a AELE, foi “Lutar com Palavras”. O 1º Presidente da Academia Escadense de Letras, o Dr. José Luiz Minduca – poeta, historiador, e hoje, Membro Honoris Causa da AELE – escolheu, junto aos Membros Fundadores, o escritor Tobias Barreto para Patrono da Academia, em virtude da admiração dos Escadenses, por tudo o que ele representou e representa, para a cidade de Escada; por sua Luta de ideais humanísticos e libertadores, e por acreditar que as Letras, a Cultura, poderiam libertar, mesmo as pessoas mais simples; e cria que suas ideias contribuiriam para a “revolução espiritual” que viria a deflagrar-se mais tarde no Brasil de sua época. Em seu nascedouro, a Academia teve o seu Hino, intitulado “Lutar com Palavras é vencer o vencedor”, criado pelo poeta e um dos membros fundadores da AELE, o jovem advogado, Sebastião Ferreira de Araújo (in memoriam); À historiadora, poeta, e hoje “Amante da Obra de Tobias” – Mariinha Leão – coube a atribuição de criar o Hino da cidade de Escada.
Em sua 1ª Gestão, de 2010 a 2011 – o Presidente, Dr. José Luís Minduca, criou a 1ª Atividade Cultural, instituída pela AELE – O Natal com Poesia – comemorado com doações de mantimentos e livros, para as crianças de Escolas da Rede Pública, com declamações pelos alunos, e cânticos natalinos; criou o – Chá das Cinco – a fim de estreitar os laços com Escadenses convidados; Instituiu também o – Concurso  Literário Anual da AELE – direcionado aos jovens das Redes Pública e Privada, do Ensino Médio, atribuindo prêmios de incentivo aos vencedores; Instituiu ainda, a ANTOLOGIA da AELE – que continua a ser lançada, a cada mês de novembro; são elaborados em sua gestão, o Regimento Interno e o Estatuto da Academia.
Na 2ª Gestão, de 2012 a 2013 – o Presidente, professor e psicanalista, Waldyr Siqueira – ausente a esta Solenidade, por motivos imperativos – cria os Intercâmbios Culturais e os Encontros de Academias; nasce em 2013, o Bloco Lírico da AELE – que homenageia a cada ano, um personagem Escadense que se sobressai, contribuindo culturalmente para a cidade; ainda em sua gestão, a AELE apadrinha a Fundação da Academia Morenense de Letras e Artes – concluída em 2014. Sua gestão é marcada por uma grande explosão de pessoas que acorriam incessantemente, na busca de tornarem-se “Acadêmicos”; e como diziam “eles”, queriam ser “imortais”!
Na 3ª Gestão, de 2014 a 2015 – a Presidenta, professora e escritora, Teresinha Melo, cria o Forró da AELE, a fim de estreitar os laços entre os Acadêmicos; cria o Encontro entre Poetas Populares e os Acadêmicos da AELE, com Almoçando no Mercado – com apresentações musicais e recitais, consolidando o popular com o erudito; ainda em sua gestão, a AELE, apadrinha a Fundação da Academia Cachoeirana de Letras e Artes, no Estado das Bahia – ano de 2015; e cria também, o Encontro das Academias de Letras e Artes das Microrregiões de Pernambuco, que teve seu 1º Encontro na cidade de Escada, e prosseguindo, nas cidades de Moreno, Paulista, Cachoeira da Bahia, e Tamandaré. A Presidenta, Teresinha Melo, dá continuidade a todas as atividades culturais criadas pelos colegas que a antecederam; e na AELE, aconteceram naquele período, muitos lançamentos de livros de seus Acadêmicos atuantes.
Na 4ª Gestão, de 2016 a 2018 – a Presidenta, professora e escritora, Ana Lúcia Neto, promove o Encontro de Escritores e Poetas da cidade de Tamandaré – cidade litorânea de Pernambuco, e prossegue promovendo os Saraus Mensais da AELE, dando um novo fôlego a escritores até então sem atuação acadêmica.
A Academia Escadense de Letras, conta hoje, com:
26- Membros Efetivos;
23- Membros Correspondentes;
27- Membros Honorários;
07- Membros Beneméritos;
17- Jovens Intelectuais.

(Fala da Oradora)

 Enfim, chegamos até aqui!...
 Prezados Acadêmicos Tobienses,                                                                                                          
     Esses dias, e esta noite, ficarão marcados em nossa memória – lendo um breve Ensaio do grande Poeta Francês, Charles Baudelaire, direcionado ao seu amigo, e também Poeta, Allan Poe, ele afirma ao colega, que: “É fácil observar que a Natureza torna bastante dura a vida daqueles, de quem deseja extrair grandes coisas”; estando lendo o grande escritor Alemão, Thomas Mann, em um de seus Livros de Ensaios, intitulado O Escritor e sua Missão, pude perceber que todos nós, escritores, devemos atentar que para dias tão difíceis, onde pessoas desorientadas procuram acreditar em “quaisquer coisas”, ou  em “mais nada”; onde a desesperança marca suicídios; onde pouco alento resta tanto para pobres, quanto ricos, é bom saber, que temos uma “Missão”. Da Arte, nossa companheira e amiga, dizia o grande Romancista Francês, Gustave Flaubert: “Ama a Arte mais que a ti mesmo; é o amor que não te faltará nunca; que a doença não atinge, nem a morte”. Somos portanto – Artistas da Palavra – e podemos perceber, em todas as suas modalidades, como: Cênicas, Fônicas, Espaciais e Plásticas, que delas todas, só a Arte Fônica, que compreende, a Poesia e a Literatura – a Arte da Palavra – é capaz de modificar o pensamento humano; daí, que o “gênio”, revela-se, onde aparece algo nunca antes intuído, onde algo nunca antes imaginado se materializa, onde a surpresa e o encanto que causa pasmo, possibilita que uma Obra atravesse anos, séculos, milênios. Tobias Barreto, atravessa  já três séculos, e se perpetuará ainda mais. Diz o grande crítico Otto Ranke, que: “A Literatura é o sonho acordado das Civilizações”; então, prezados colegas Acadêmicos, temos algo a dizer, temos esperança e caminhos a indicar, temos em nós, a preciosidade da “palavra” que encanta, deleita, ensina, enche de prazer, graça, contentamento, mas também que pode matar!” ; então, “Ser escritor, é ter compromisso com a humanidade(S. L.); temos o dever de ensinar o povo a pensar; somos “alguéns” que detemos a grande e majestosa “Arte da Palavra”. Aprendemos, que, todo grande Poeta  é  profeta do seu tempo, e temos nas cidades de Escada e Tobias Barreto, bons Poetas, que vêm “Lutando com Palavras”; mesmo que a Luta prossiga “nas ruas do sono”.
Maravilhoso estar convosco!
E voltando ao “sentimento de Sertanidade”, pois que todos somos Nordestinos, que sempre esperamos a CHUVA, a “temporã e a seródia”, mesmo agora, quando o mundo globalizado perdeu a essência, o rumo, e muitos, a Esperança; num Universo que engloba a Trilogia de toda a dimensão humana: a Terra, o Homem, a Luta; só nós, podemos dizer-lhes: “A CHUVA vem – e em vindo – virão as de São José, as da Primavera, quando as nuvens negras, irromperem no horizonte, e o céu riscar-se de raios frementes, os ares encherem-se de sons reboantes, e a festa, finalmente começar; e quando os grossos pingos de CHUVA encharcarem a Terra moribunda, e as cacimbas e os ribeirões se fartarem, os “mulungus” florescerem, as “baraúnas” ressurgirem; ouviremos a voz de Euclides da Cunha: “O Sertão é um vale fértil,  O Sertão é um paraíso”quando de homens como Tobias, tirar-nos do torpor em que nos encontrávamos, poderemos dizer do nosso Povo quão forte, da nossa Luta quão renhida, e desde então, “O Sertão de Tobias, é nossa Pátria!”
A Academia Escadense de Letras, agradece a todos os Tobienses – a recepção magistral, e o doce acato.

Obrigados, amados colegas!

  (Sevatil Lôbo de Siqueira – Oradora da AELE)

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Cachoeirinha-BA
03/10/2015

Discurso Fundação Academia Cachoeirana de Letras
PRESIDENTE da AELE: TERESINHA DE JESUS OLIVEIRA GUIMARÃES DE MELO


Amigos acadêmicos,  autoridades aqui presentes e representantes,  meus senhores,  minhas senhoras,  Sociedade da bela e hospitaleira cidade de Cachoeira,  É com prazer que partilhamos deste momento festivo,  em que celebramos a Fundação da Academia Cachoeirana de Letras. 
 A AELE - Academia Escadense de Letras vive o III Intercâmbio Cultural,  com a finalidade de troca de experiências e culturas,  e não poderiamos ter escolhido cidade melhor para visitar e agregar novos conhecimentos à nossa Academia.  Estamos hoje,  partilhando desta alegria indescritível,  um marco importante para a história desta cidade,  que muito preservou a sua identidade Cultural e histórica, levando a cidade a receber o status de "Cidade Monumento Nacional",  e "Cidade Histórica" (pela sua valiosa e decisiva participação nas lutas pela Independência do Brasil). 
 Diante de tantas riquezas,  ressalto que maior será a missão dos nobres amigos acadêmicos,  que é buscar preservar a Identidade Cultural de Cachoeira,  É despertar o interesse dos mais novos pela história,  arte e Cultura,  fazendo com que,  esta terra continue sendo celeiro da literatura e da arte de modo geral.
A Bahia como um todo,  mas especialmente a cidade de Cachoeira,  merece de presente o empenho dos nobres acadêmicos,  a bravura para quebrar os paradigmas,  visando difundir o conhecimento,  gerando novas percepções e olhares mais acolhedores as diversas manifestações literárias e artísticas. 
 É nós dá AELE,  estaremos sempre a postos, tendo a certeza de que somos academias irmãs,  que laços de amizade serão aflorados,  pois,  somos amigos da mesma causa,  a que vivificaremos a luta diária pela dignidade e reconhecimento do escritor,  pela perpetuação dos livros palpáveis,  face a uma tecnologia cada vez mais crescente, e do direito de todos sem exceção ao acesso e intimidade com os livros e com as mais diversas formas de arte. 
 Deixo-vos com uma frase da minha patrona Clarice Lispector que diz: "Quem caminha sozinho pode até chegar mais rápido,  mas aquele que vai acompanhado,  com certeza vai mais longe." Que possamos caminhar juntos e nos apoiar mutuamente. 
 Aguardamos nossos queridos confrades da Academia Cachoeirana de Letras,  em seu I Intercâmbio Cultural,  para visitar e conhecer a cidade de Escada, terra do Barões e Berço de Cícero Dias.  Portanto,  nobres acadêmicos será uma honra rececê-los em nossa cidade da Escada...  Temos um encontro marcado! 

Um abraço a todos,  sucesso e um até breve! 

Teresinha Melo
Presidente AELE

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Escada, 24 de maio de 2015.

DISCURSO na solenidade de posse de novos membros da AELE – Academia Escadense de Letras
PRESIDENTE: TERESINHA DE JESUS OLIVEIRA GUIMARÃES DE MELO

Amigos Acadêmicos, Autoridades aqui presentes e representantes, caros amigos, meus senhores, minhas senhoras, é com prazer que partilharmos deste momento festivo, em que novos acadêmicos tomam posse como membros na AELE – Academia Escadense de Letras.
Em mais um aniversário da nossa querida cidade da Escada e o 5º Aniversário da Academia, tomam posse membros que fortalecerão a nossa Academia, o nosso empreender social, por meio do estímulo a leitura, a escrita e as mais diversas artes.
Fortalecemos a cultura escadense, com ações concretas de resgate e incentivo a cultura local. Escada merece de presente o nosso empenho, a nossa bravura em quebrar os paradigmas, em difundir o conhecimento, em gerar novas percepções e olhares mais acolhedores as diversas manifestações literárias e artísticas.
A nossa missão é cada vez mais crescente, e justifica a integração de novos membros, capazes e comprometidos com a nossa causa, que busquem dignificar a AELE, os acadêmicos e a nossa amada Cidade da Escada. Que todos sejamos renovados e acrescidos de valores, através da partilha das palavras, palavras que tem vida, que curam, que renovam e que reascendem em nós a vontade de alçar vôos mais altos e ir sempre mais além.

E como diz a minha querida Clarice Lispector, “A noite de hoje está me parecendo um sonho. Mas não é. É que a realidade é inacreditável”.

Tê-los juntos nesta bela causa, é realmente inacreditável.

Arregacemos as mangas, mãos a obra, avante sempre! Sejam bem vindos!
Nosso muito obrigado!
Teresinha Melo
Presidente AELE

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Escada, 19 de julho de 2014.

DISCURSO DE POSSE DA PRESIDÊNCIA DA AELE – ACADEMIA ESCADENSE DE LETRAS – BIÊNIO 2014 A 2016.
PRESIDENTE: TERESINHA DE JESUS OLIVEIRA GUIMARÃES DE MELO

Excelentíssimo Senhor ex-presidente da Academia Escadense de Letras Sr. Waldyr José Siqueira, Amigos Acadêmicos, Autoridades aqui presentes e representantes, caros amigos, meus senhores, minhas senhoras, é um prazer partilharmos desta noite de evocações, celebrações, e, diria também de um novo jeito de caminhar, pois, como afirmou à pensadora, escritora e poetisa Clarice Lispector, “O caminho que eu escolhi é o do amor. Não importam as dores, as angústias, nem as decepções que eu vou ter que encarar. Escolhi ser verdadeira. No meu caminho, o abraço é apertado, o aperto de mão é sincero, por isso não estranhe a minha maneira de sorrir, de te desejar o bem. É só assim que eu enxergo a vida, e é só assim que eu acredito que valha a pena viver.”
E com esta certeza cumprirei com amor, disponibilidade e fé os desafios confiados a mim nesta noite, que é de presidir a Academia Escadense de Letras no biênio 2014 a 2016. Gostaria de aproveitar a oportunidade e parabenizar os trabalhos desenvolvidos pelos Acadêmicos e amigos José Luís Minduca e Waldyr José Siqueira quando na Presidência da Academia, por terem contribuído para que a AELE, tenha hoje conquistado o respeito e reconhecimento da sociedade Escadense, bem como, das demais Academias do Estado de Pernambuco.
Ver-me hoje aqui nesta noite festiva, percebo quão longa foi esta trajetória, das lutas incansáveis, das alegrias incontáveis e da eterna gratidão. Trata-se de uma trajetória de vida e de amor, de descobertas e de crescimento a cada palavra, pensamento, reflexão, que nos faz amantes das letras, dos livros e da transformação da essência da alma para os textos que nos justificam tantas vezes, como poetas e agentes transformadores da cultura, da literatura e da vida.
“Todo mundo que aprendeu a ler e escrever tem uma certa vontade de escrever. É legítimo: todo o ser tem algo a dizer. Mas é preciso mais do que a vontade para escrever. Ângela diz, como milhares de pessoas dizem (e com razão): "minha vida é um verdadeiro romance, se eu escrevesse contando ninguém acreditaria". E é verdade. A vida de cada pessoa é passível de um aprofundamento doloroso e a vida de cada pessoa é "inacreditável". O que devem fazer essas pessoas? O que Ângela faz: escrever sem nenhum compromisso. Às vezes uma só linha basta para salvar o próprio coração.” Clarice Lispector in Um Sopro de Vida.

Quem nunca se viu descrito em um pensamento poético? Qual de nós não foi acometido da sensação de que aquilo foi escrito para nós ou por nós? Ah! Nossos pensadores são mais que construtores do saber, ou da formação de um conceito, ou até mesmo de descortinar os sentimentos?! São, portanto, os ouvintes dos leitores! Ao lermos os textos, temos a singela sensação de ler algo que também ajudamos a escrever, parece muitas vezes, que somos autores daquele pensamento e nos tornamos íntimos, e muitas vezes, sem nem ao menos escritor e leitor se conhecerem.
Este é o fantástico mundo que nós escritores pertencemos. E é por termos este sentimento de cumplicidade com os nossos leitores, e pela necessidade da nossa alma poética, que escrevemos, que formamos poemas, crônicas, reflexões, que transformamos e agrupamos tudo isso no velho e querido amigo que chamamos de livro. Livro, que tem cheiro e que nos dar um prazer indescritível de folheá-lo e muitas vezes partilhá-lo.
Há, portanto, nesta noite uma mistura de sentimentos. Uma gratidão aos bons e velhos livros, aos queridos escritores e aos demais leitores, por deixarem vivo este processo transformador, por que ninguém lê um bom livro, sem ser transformado de alguma maneira.
Acredito que agora a partir desta noite encontrei o meu jeito de caminhar. Primeiramente é sendo grata a DEUS, por Ser meu fiel companheiro, amigo e ator protagonista, do principal livro já escrito que é a Bíblia, baseado em uma história real. Nesta obra, encontramos sempre um conforto, uma palavra, um encaminhamento de sabedoria, basta-nos ter a fé e a certeza de que o autor da vida, nos mostra através de um livro, um caminho para a felicidade e vida eterna, ainda que muitas vezes tenhamos sofrimento, angústia e dor, mas Ele nos justifica e nos faz vencedor, “Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito.” João 15:7.
E o que seria de nós sem os amigos? A vida não seria tão bela. Aos amigos o meu amor e gratidão por tudo, parceria, presença e também pelas ausências. Os amigos enchem nossas vidas de alegria, e em nossas conquistas mais humildes, alegram-se junto a nós, acreditam que sempre podemos ir mais além, e tornam qualquer encontro despretensioso em momento de extrema alegria, e sei que hoje não é diferente. Agradeço aos amigos presentes e aos ausentes também, por cada incentivo, carinho e aconchego a mim ofertado. Essa conquista também é dedicada a cada um dos meus amigos, que são a diferença na minha vida, e como Eclesiástico 6:14 demonstra, "um amigo fiel é uma poderosa proteção: quem o achou descobriu um tesouro. Nada é comparável a um amigo fiel; o ouro e a prata não merecem ser postos em paralelo com a sinceridade da sua fé. Um amigo fiel é um remédio de vida e imortalidade; quem teme ao Senhor achará esse amigo. Quem teme o Senhor terá também uma excelente amizade, pois o seu amigo lhe será semelhante".
A gratidão é um dos maiores ensinamentos que temos que aprender. Portanto, externo a todos os meus companheiros acadêmicos o meu agradecimento por terem me escolhido para fazer parte da Academia, bem como, para a partir deste momento presidir esta Instituição. Obrigado a todos pela confiança, amizade e afeto a mim dedicados. Ressalto que continuarei precisando do apoio e colaboração de todos, para que possamos consolidar a AELE como uma Academia de destaque em Pernambuco e consequentemente em toda a Região Nordeste. A minha administração partirá de um princípio de informações compartilhadas e aberta, ninguém constrói nada sozinho, é preciso mais que dois braços para dar continuidade a esta linda e imortal obra, portanto, conto com todos vocês.
Para a minha família, que são a minha base, meu porto seguro, a quem devo o amor, a educação, a doação, a entrega ilimitada, que sempre estiveram ao meu lado, apoiando, segurando e fortalecendo, para que as intempéries da vida não me fizessem desistir, minha gratidão e amor infinitos. Aos meus pais e irmãos, a minha entrega plena e consciente de que vocês são bênçãos recebidas por DEUS; aos meus filhos a certeza de um amor incondicional, a graça de viver três lindos milagres, que muito alegram o meu coração pelo carinho e amor que vocês me dedicam todos os dias, Rômulo, Renan e Thomaz são a alegria da minha vida e a certeza de que tudo que vivemos vem sendo honrado por vocês e eu como mãe, só tenho a agradecer; ao meu querido esposo Reginaldo Melo, pela parceria, lealdade, cumplicidade e amor que embala a nossa vida durante esses 25 anos de casados, de uma relação que vai além da alegria, é baseada no amor puro e sincero, e é a quem dedico mais esta conquista, por todo apoio e carinho que cumulou durante toda a nossa vida.
Enfim, para encerrar minhas palavras, trago mais uma vez um texto da minha patrona Clarice Lispector in Um Sopro de Vida: “Tenho vontade de escrever e não consigo (...). O que escrevo está sem entrelinha? Se assim for, estou perdida. Há um livro em cada um de nós.”
Que possamos continuar este lindo e responsável caminho, com o compromisso de salvar os nossos corações, com o que faz da palavra algo essencial, que é a arte ou dom, de transforma-se em balsamo curador.
Boa noite a todos!!!
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DISCURSO DO III ANIVERSÁRIO DA ACADEMIA ESCADENSE DE LETRAS-AELE – EM 24 DE MAIO DE 2013 – DA ESCRITORA E PROFESSORA - ACADÊMICA SEVATIL LÔBO

    Lembrando o Mestre das Letras Portuguesas, em seu Canto “V”, estrofe 37, do seu “Lusíadas”, faço dele memória, para iniciar este saudoso discurso. E, trazendo para o presente a majestosa Obra, daquele que metaforizou a Língua Portuguesa, como “A última flor do Lácio, inculta e bela”, tomo dele os versos, e os parafraseio: “Porém, já três anos são passados”, quando o Poema inicia a invocação às musas e se apresenta o gigante Adamastor.
Sem desejar fazer o nosso Mestre remover-se dentro de sua tumba, digo a esta Academia, que a Língua Portuguesa, está hoje, mais bela, porém, não mais inculta; propagou-se, aperfeiçoou-se, desenvolveu-se, por meio de escritores brasileiros, e particularmente, em pernambucanos de alto nível literário, que eternizaram-na, em seus livros, e só para citar alguns, como: Waldênio Porto ( incansável presidente da Academia Pernambucana de Letras) , com seu “Violinos do Coque”; Alexandre Santos (incansável presidente da União Brasileira de Escritores), com o seu “Maldição e Fé”; Antônio Campos ( baluarte da FLIPORTO e tão jovem ainda, patrimônio vivo, do povo pernambucano), com  seu “ O livro do Futuro”; de um Ariano, Mestre incansável, que por amor ao Nordeste, aceitou até a andar de avião, e eternizou-se na “Pedra do Reino” que é o ‘seu Reino’, e onde está o ‘seu Reinado’; de  Romancistas do quilate de Carrero e Correia de Brito, o 1º com seu “A minha alma é irmã de Deus” e seu “Tangolomango”; o 2º com sua “Galileia” e “Estive lá fora”. Divaguemos mais, Pernambuco, de uma Lucila Nogueira, poeta de sensibilidade incomensurável e à toda prova, com seus “Almenaras”; e que dizer dos Poetas e críticos literários: Marcos Accioly e César Leal?! O 1º com seu”Latinomérica” galopante, batendo nos gonzos os ‘rounds’ da vida do povo sofrido, da América Latina; e o César, esse mito vivo, de uma Obra crítica de peso, em 2 volumes espessos, em que dá a dimensão da Literatura e de sua Literariedade, do seu efeito “sinfrônico”, que nos aquece, encanta, enobrece e nos faz conhecer a nós mesmos.
Como senhores??! Não seguir seus exemplos? Não me peçam para ser breve, pois quem aceita estar na posição de “Acadêmico”, de bom grado acatará essas minhas palavras...(tão minhas)... E por tudo isso, chegamos a 2013 e a esta festa de ‘três anos’. Do estado do Pará acompanho vossos passos sorrateiramente, e nem sempre manifestando minha opinião, mas quero lembrar, relembrar, aos senhores, a missão, o juramento, desta Academia de LETRAS, e para isso, reporto-me ao nosso tão singelo lema: “Lutar com Palavras”. Será vã, nossa luta?! O que traduz um “Acadêmico de Letras? ; dizia certo professor de Línguas , que “As palavras têm um poder assustador; podem exaltar um homem até o delírio, mas podem também, espicaçá-lo até a loucura”. Então que fazer?!:       
Andar com palavras, comer com palavras, gritar com palavras, servir com palavras, ensinar com palavras, criar com palavras, bater com palavras, educar com palavras, amar com palavras; DE-SEN-VOL-VER-SE, com palavras, e mais que tudo: “LUTAR COM  PALAVRAS”... . E, se nem Cristo, abriu mão, do seu poder da “PALAVRA”, da sua Palavra que abriu portas, ferrolhos, e apontou caminhos a esse mundo confuso, que “segue punido por seus próprios excessos”, nós também, havemos de lutar com as ‘palavras’.
Alcançamos esta graça: “ 3 anos Acadêmicos, em prol da Cultura Escadense”, e lembro de uma quadra de um conjunto de pensamentos meus, intitulado “Os seis nadas”, onde afirmo:
Nada é, quem nada sabe;
A ignorância é o nada,
O nada in-di-VISÍVEL;
Se nada sabes, tu és nada”. 

Parabenizo aos que hoje, nesta Academia ingressam, e um “Grande Pedido”, espelhem-se, nestes grandes heróis contemporâneos aqui citados, e muitos não citados, e lutem pela ACADEMIA ESCADENSE DE LETRAS, e lutem “Com Palavras”.
Ao presidente Waldyr Siqueira, um abraço forte, e a todos os meus colegas de luta acadêmica, que comigo também, fundaram esta Academia de Letras Escadenses.

             (Escritora e professora – Acadêmica, Sevatil Lôbo)      

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Discurso de Fundação da AELE em 24 de maio 2010

Fundação e Posse dos Acadêmicos Fundadores

Savatil Lôbo*
(1) Comecemos por parafrasear uma pergunta que dá título, a um dos livros do escritor e crítico literário Afonso Romano de Sant’Anna; pergunta esta, feita quando do Romantismo Brasileiro, por José de Alencar, e mais tarde, por Machado de Assis, já no Realismo; e por fim, por um jovem ícone da música popular brasileira, Renato Russo, no séc. XX, precisamente nos anos 80 – “QUE PAÍS É ESTE?” – nossa paráfrase é: “QUE DIA É ESTE?”
E para falar deste dia desejamos traduzi-lo em três palavras – Este é o dia Magnânimo, Memorável e Magnífico; Magnânimo – porque é grandioso em seu ideal, e expressa a grandeza de alma de seus Acadêmicos; Memorável – porque ficará na memória dos que aqui chegaram, e será escrito nos anais desta cidade que hoje renasce; e Magnífico – porque esplende em beleza, em suntuosidade e em excelência daquilo que é bom, para enaltecer e dignificar o homem; O dia da Fundação da Academia Escadense de Letras.


(2) Mas, alguns perguntarão: “O que é e a que se propõe uma Academia de Letras?”

Uma Academia de Letras fomenta em seu reduto a expressão de uma cultura voltada para o aprimoramento do saber e da palavra enquanto Arte; abriga poetas, escritores, ensaístas, cientistas, filósofos, juristas; somos então uma sociedade de caráter literário, científico, artístico, e filosófico; temos o compromisso de esclarecer as mentes, alimentar idéias, leituras seletivas, ajudar na produção da palavra artística; sem deixar de proclamar as inquietações sociais próprias de um novo século, no campo político, social, religioso e, também estético.

(3) Passemos à origem da nossa cidade.

Data de 1589 as primeiras aldeias indígenas aqui existentes. Os jesuítas tinham a missão de catequizar os índios encontrados, que eram conhecidos à época como: Mariquitos, Tabajaras e Potiguares. A denominação do nome “Escada” surge quando um jesuíta resolve erguer no alto do morro, um nicho para uma imagem de Maria, e escavou numa das encostas uma escadaria no barro, daí o nome “Nossa Senhora D’Apresentação da Escada”. Com o desaparecimento dos índios da aldeia de Escada, e com o crescimento da população nos arredores da missão, formou-se o povoado, e no local, onde outrora fora erigido o nicho, formou-se uma Capela sob o mesmo nome, a qual serviu de Igreja Matriz, por um longo tempo, até que em seu lugar fosse edificado o atual templo em 1874.
Vieram os Engenhos e as Usinas de cana-de-açúcar; os Engenhos, entre eles: Alegria, Campestre, Canto Escuro, Conceição, Firmeza, Refresco, Sapucaji e outros. Também as Usinas que surgiram, no início da República, após o fracasso dos engenhos centrais, como: Barão de Suassuna, Liberdade, Massauassu. Data de 24 de maio de 1873, a sua elevação à comarca e cidade, e hoje, completa 137 anos, de sua emancipação política. (segundo o livro Escada – Riqueza de Pernambuco, do Acadêmico, hoje empossado o Dr. Luís Minduca, é dele o poema: Escada). Escada tem a perífrase de: “Princesinha dos Canaviais”; quem aqui nasceu ou nela viveu sua infância, lembra dos banhos no rio Ipojuca; do barco atrelado à margem do quintal para os passeios vespertinos, das corridas de bicicleta da ladeira do comércio até à estação de trem, dos bois bravos que fugiam do matadouro velho, às sextas feiras, e eram a diversão da criançada; quem não lembra das Minas d’água, das caças em uma fauna e uma flora exuberantes?; dos araçás, das pitangas, azeitonas, e dos jabuzeiros que rodeavam a prefeitura. Ah! O Ginásio Nossa Senhora da Escada; quem não lembra da Madre Eucaristia? Das irmãs Leônia e dos Anjos, e até do esqueleto das aulas de ciência, que chamávamos Carlito? Dos primeiros mestres – do professor Cláudio, matemático, filósofo e poeta, que nos inspirava a todos; do professor Lôbo, que nos ensinava inglês, história, educação física e filosofia, estudioso pertinaz do idioma russo; autor do livro “Catende e Eu” e patrono da Cadeira nº04, meu pai! Da professora Vanilda Lôbo; mestra incansável, que aqui chegou em 1956, fincou raízes, e dedicou 45 anos de sua vida profissional a esta cidade, e que (acaba de receber o título de cidadã escadense) escreveu sua história por entre as ladeiras desta cidade, e agora... pediria um salva de palmas para ela, minha mãe!
Hoje, Escada cresceu; segundo o último censo do IBGE, tem 54.000 habitantes, mas já somos estimados em 70.000 habitantes.


(4) Passemos à Casa Tobias Barreto.

A escolha do patrono da Cadeira nº01, Tobias Barreto, devemos à historiadora, Mariinha Leão, que cultiva um terno respeito, à pessoa do filósofo, crítico, poeta e jurista brasileiro; fundador do condoreirismo e patrono da cadeira 38 da Academia Brasileira de Letras.

Nascido a 7 de junho de 1839 em Vila de Campos do Rio Real, Sergipe, em 1861 chega à Bahia; de 1854 a 1865, o jovem Tobias, para sobreviver deu aulas particulares.

Em 1867, vence em concurso à vaga de professor de Filosofia, mas é substituído por outro; publica nessa época “Os Enigmas do Universo” e “As Maravilhas da Vida”. No campo das produções poéticas, competia com o poeta baiano Antônio de Castro Alves;

Por ser mestiço, teve sua vida amorosa conturbada, numa época cheia de preconceitos conforme o crítico Sílvio Romero;

Na oratória Tobias se revelava um mestre, qualquer que fosse o tema escolhido;

Antes de concluir o curso de direito casou-se com a filha de um coronel do interior, proprietário de engenhos no município de Escada;

A residência em Escada durou cerca de 10 anos, nos quais, dedicou-se a aprofundar-se no estudo do Alemão;

Publicou os estudos filosóficos “Tomás de Aquino” e “Teologia e Teodicéia não são Ciências”, e ainda “Jules Simon”. Foi em alemão que Tobias redigiu o “Deustscher Kampfer” (O lutador alemão). Mais tarde, saíram de sua pena os “Estudos Alemães”. Em 1889, uma semana antes de morrer, escreveu uma carta ao amigo e ensaísta Silvio Romero solicitando ajuda, mas faleceu 7 dias depois, hospedado em casa de um amigo.

A obra de Tobias é de significante valor, e Hermes de Lima, ao comentar o refúgio dele em Escada, esclareceu: “Em Escada, além de publicar o “Fundamento do Direto de Punir”, é onde elabora sua posição filosófica, que traça as coordenadas da revolução espiritual que viria a deflagrar-se no país”. Hoje, em sua homenagem, a Faculdade de Direito de Recife é carinhosamente chamada de “A Casa de Tobias”. Um dos anseios de Tobias era fundar o Clube Popular Escadense (1877), cujo objetivo era aguçar o intelecto da pequena Vila de Escada.

Apresenta nos veículos de comunicação, como crítico, 3 perfis:

- O de jornalista – pelo cuidado em levar informações verdadeiras ao leitor;

- O de curador – pela luta incansável contra as injustiças aos órfãos, razão de protesto e de luta;

- O de intelectual – criando e difundindo um clube, a fim de solucionar os problemas da comunidade escadense. Enfim, a luta pelo direito do povo foi mais forte que a de sua própria profissão. Sua presença em Escada, foi marcada pela obstinação, na luta contra as autoridades e ricos da cidade. Ficou-nos a sua imagem de quem tentou passar a limpo este País, a partir de uma pequena cidade do interior de Pernambuco.



Esta Academia Escadense de Letras, presta-lhe hoje, mais uma homenagem, a de imortalizá-lo como patrono da Cadeira nº01 – da historiadora Mariinha Leão, e ao mesmo tempo, honrá-lo nomeando esta Academia, como: “Casa Tobias Barreto” → a ele nossa imensurável gratidão.



(5) Desejo agora, falar um pouco acerca de nós, Acadêmicos empossados − num tempo não muito distante dos anos que ora correm, um grupo de pessoas decidiram criar uma Academia de Letras para abrigar as vozes personalíssimas, de timbre inconfundível, e que sozinhas definem seu espaço e seu universo, independente do tempo em que vivem.

Eram 5, juntei-me a eles; um médico, um advogado, um cordelista, um jurista e duas professoras:



- O médico → jovem pertinaz em alcançar seus ideais, perseguiu este sonho, e sem intimidar-se com os desanimistas, correu ainda mais atrás do sonho e contagiou os outros − O Dr. Luís Minduca.



- O advogado → que mesmo trabalhando entre pilhas de processos, em seu escritório em Recife, nunca esqueceu sua terra, e para ela desejou um “cenáculo do saber” − O Dr. Sebastião Araújo.



- Um cordelista → aquele sempre presente nos eventos, nas escolas, na Faculdade, que a todos encantava com seu martelo cadenciado, com que atacava a inércia dos escadense − O poeta Valdecí Leocádio, que trouxe consigo a descendente indígena sua esposa.



- Um jurista → que por amor à Literatura, estava sempre em contato com eles, estimulando, orientando e perguntando “Quando faremos a Academia de Letras?” − O Dr. Juiz de Direito, Arnaldo Spera. 



- Duas professoras → uma, historiadora nata, outra ficcionista, que partiu para longe, mas nunca esqueceu a infância das ladeiras, e o desejo de criar uma casa literária, onde a cultura tivesse livre curso − Mariinha Leão e Sevatil Lôbo; e vieram os outros, juntaram-se a nós! E portanto, para todos nos acadêmicos, é muito mais que o sonho concretizado, e por isso, determinamo-nos a seguir em frente, côncios de que “Escrever é comunicar aos outros que eles não estão sós.”



(6) Nosso brasão → Traz em seus símbolos a história passada e a por vir. Nele estão representados a antiga opressão aos índios aqui encontrados, sendo suas lanças fincadas na Escada, com as pontas para baixo e para cima, como a gritar, que hoje não é mais tempo de opressão. A escada simboliza a nossa própria cidade, que tendo seus degraus calcados nas correntes, fala dos negros aqui oprimidos nos engenhos de cana-de-açúcar, que foram decantados pelos poetas do abolicionismo; a cana-de-açúcar, fala dos engenhos, das usinas, da cultura açucareira, antes a principal; o livro e a pena, são as letras de idéias eternas, pelas quais os homens lutaram ontem, lutam hoje, e lutarão amanhã. No contorno, estão as palmas da sabedoria acadêmica. 



(7) Nosso lema traduz um verso, do poeta Carlos Drummond de Andrade; ‘LUTAR COM PALAVRAS’; gostaria, neste momento, de encontrar a metáfora mais linda, que pudesse descrever a realeza e importância deste lema, pois que o imaginário filosófico e literário que envolve sua profundidade é indizível.

O que pedimos aos escadenses? Lutem com palavras! Afinal, lutar com palavras:


1 – É abolir a ignorância!

2 – É quebrar os grilhões!

3 – É vencer os obstáculos!

4 – É dar asas para a Liberdade!

5 – É transformar vidas!

6 – É alimentar sonhos!

7 – É defender um ideal!

8 – É suavizar realidades tristes!

9 – É abrir olhos a cegos!

10 – É fazer crer no impossível!

11 – É vencer o vencedor!

12– É também, ser poeta, escritor, cientista, filósofo, historiador, é ser alguém que sabe, que o mundo seria escuro e frio, sem a Palavra!

Enfim, ... lutar com palavras ... é contentar, deleitar, encantar, alimentar e alegrar a alma dos homens!

(8) Dificuldades – surgiram inúmeras; daqueles que defendem até hoje, tendo suas almas ainda na escuridão, o lema oposto: “nada em Escada vai pra frente”. Hoje amigos! Cai por terra esse pensamento tacanho! Escada − tem agora, uma Academia de Letras!



(9) Agradecimentos – “Que são os grandes impérios sem a justiça?” Advertia-nos Santo Agostinho – “Apenas imensos latrocínios!” E a justiça mais justa é a divina. Queremos agradecer a Deus, “...Em quem estão escondidos os tesouros da Sabedoria e da Ciência”. Ele, que um dia ao ser inquirido por Jô, perguntou “Onde estavas tu quando eu fundava a Terra? Faze-mo saber, se tens inteligência? Quem encerrou o mar com portas e ferrolhos e lhe disse: Até aqui virás, e aqui se quebrarão as tuas ondas enpoladas? Onde está o caminho da morada da luz? E quanto às trevas, onde está o seu lugar? Decerto, tu o sabes”. A Ele, o nosso Criador, razão maior de nossas vidas – horas, glórias e louvor!



(10) Fica uma mensagem final, desta Academia; que se encontra nos versos de Castro Alves, no poema “O Século”:



“Que os fracos recuem cheios de horror. 

A vós, herdeiros dos Gracos, 

Traz a desgraça – valor!

Lutai... Há uma lei sublime!

...Marchai.



Obrigado a todos!!!

                                                                                                       Escada, 24 de maio de 2010
Discurso proferido por ocasião da solenidade de fundação e posse dos acadêmicos fundadores da Academia Escadense de Letras.
(*) A acadêmica Savatil Lôbo é professora, escritora e ensaísta.

Acadêmicos Fundadores da AELE

Foto: www.tirandoonda.com.br
1. Maria Jose Leão Portela Gomes (Mariinha Leão)
Cadeira: 01
Patrono: Tobias Barreto

2. José Luís Minduca
Cadeira: 02
Patrono: Samuel Campelo

3. Sebastião Ferreira de Araújo
Cadeira: 03
Patrono: Padre Geraldo Leite Bastos

4. Sevatil Lôbo de Siqueira
Cadeia: 04
Patrono: Sebastião Ferreira de Barros Lôbo

5. Valdecí Leocádio de Siqueira Filho
Cadeira: 05
Patrono: João Cabral de Melo Neto

6. Adriano de Souza Sales
Cadeira: 06
Patrono: Josué de Castro

7.
Cadeira: 07
Patrono: Joaquim Nabuco

8. Severino José Lins
Cadeira: 08
Patrono: José Lins do Rêgo

9. Waldyr José Siqueira
Cadeira: 09
Patrono: Paulo Reglus Neves Freire
10. Marcos Galdino dos Santos
Cadeira: 10
Patrono: Humberto Rhoden

11. José Adolpho da Cunha Correia
Cadeira: 11
Patrono: Manuel Bandeira

12. Maria Elizabeth Varela Leocádio
Cadeira: 12
Patrono: Mário Souto Maior

13. Ana Lúcia Gomes Cavalcante Neto
Cadeira; 13
Patronesse: Cora Carolina

14. Maria do Carmo Souza
Cadeira: 14
Patrono: Cassimiro Cunha

15.
Cadeira: 15
Patronesse: Cecília Meireles


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