sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

SAMUEL CAMPELO

 Uma Voz do Teatro Pernambucano


O patrono da Cadeira de Nº 2 da Academia Escadense de Letras , nasceu em Escada, no Engenho Arimunã, no dia 12 de outubro de 1889; um ano após a Abolição da Escravatura e um mês antes da Proclamação da República. Seu nome completo era Samuel Carneiro  Rodrigues Campelo e os seus pais chamavam-se: Diogo Rodrigues Campelo e Leopoldina Amélia Carneiro Campelo. Aos 10 anos de idade mudou-se com a família para o município de Jaboatão, Pernambuco, onde deu início a sua vida cultural, aos 13 anos, demonstrando interesse pelo Jornalismo e pela Literatura e começando a escrever seus primeiros artigos. Aos 16 anos, quando concluiu seu Curso de Teatro, subiu ao palco pela primeira vez  para encenar a Peça “Bicho e seu Rancho”, de Ernesto de Paula Santos; dedicando-se  até aos 19 anos ao Teatro Amador, contracenando com artistas em evidência,de sua época. “Peripécias de um defunto”, que teve o nome mudado para “Engano da Peste”, era uma Farsa em um ato, escrita em 1909, cuja estréia aconteceu no dia 24 de outubro de 1910. Esta foi a sua primeira Peça, encenada no Grêmio Dramático Arraialense, em Casa Amarela, Recife,  pela Trupe Dramática Familiar Arraialense. Ainda no mesmo ano , escreveu e apresentou a Peça “O Amor faz coisas”.
Samuel Campelo prosseguiu até 1911 participando e criando grêmios literários e teatrais, como o Grêmio Jaboatonense e o Frei Caneca, daí então resolveu ingressar na Faculdade de Direito do Recife, para cursar Ciências Jurídicas e Sociais. Em 1915 foi nomeado 'promotor público' para a Comarca de Vitória de Santo Antão, onde permaneceu por cinco anos, e foi a partir daí, que passou a exercer a Advocacia , nas Comarcas de : Jaboatão, Limoeiro, Gravatá e Bezerros; em todas essas cidades fazia questão de participar dos movimentos Literários , e em 1919,  fixa residência em Recife, aumentando o seu interesse pelo teatro.
O Jurista manteve por três anos a Revista Literária “Fanal”; e também colaborou com artigos na “Faísca” e no “Proscênio”, nos quais usava o pseudônimo de 'Leumas'. Foi diretor do Jornal Jaboatonense e do Parnaso; fundou os periódicos “A República” ,“A Coluna”, e também “Rua”, um periódico de 1922. Trabalhou como crítico de arte no “Jornal D'a Província”; no Instituto Arqueológico e Geográfico de Pernambuco, atuou como sócio-efetivo e orador. Subistituiu Francisco Cismostano na Academia Pernambucana  de  Letras; assumiu os cargos de Secretário da Faculdade de Medicina do Recife, Secretário de Defesa da Borracha,  e Escriturário do Tesouro do Estado de Pernambuco, durante o conflito político que Pernambuco viveu quando das  candidaturas do General Dantas Barreto e do Conselheiro Rosa e Silva; em 12 de outubro de 1911, se engajou como orador nas campanhas dos Gernerais, dedicando-lhes sonetos de sua autoria.
Passada a revolução de 1930, Samuel Campelo foi nomeado administrador do Teatro de Santa Isabel, no Recife; fundou o Grupo Teatral “Gente Nossa”, que estreou no referido teatro com a Peça “A Honra da Tia”, de sua autoria, em agosto de 1931 – o Grupo Teatral “Gente Nossa” foi a primeira Companhia de Teatro do Nordeste.
Samuel Campelo faleceu aos 50 anos, no dia 10 de janeiro de 1939, deixando uma lacuna na Liratura e no Teatro pernambucano.
Outras obras de Samuel Campelo: “Noites de Novena” (1925); “Aves de Arribação e A Rosa Vermelha” (1926); “Sae, Cartola” (1927); “Ih, hi!” (1927); “Os Visinhos Jazz Band” (1928); “Vitreaux” (1928); “Terra e Mar” (1930); “Uma Senhora Viúva” (1930); “Rapa Coco” (1930); “Variações do Verbo Amar” (1931); “Agita-se” (1931); “O Mistério do Cofre” (1933); “A Madrinha dos Cadetes” (1933); “ Mulato” (1935); “É do Loré” (sem data); “Coió Transformista” (sem data); “Tudo às Avessas” (sem data); “Tem Casa e Não Casa” (sem data); “Mangas do Jasmim” (sem data), e “S.O.S” (1935).
Luis Minduca
Presidente da AELE




domingo, 26 de dezembro de 2010

Confraternização da AELE - NATAL COM POESIA

Animada pela Orquestra Flautistas do PETI, a 1ª confraternização da Academia Escadense de Letras que neste ano veio com o tema: Natal com Poesia, contou com a presença dos alunos da Professora Graça Miranda da Escola Costa e Silva, pais de alunos e sociedade em geral. Na ocasião foram distribuídos livros infanto-juvenis para os alunos presente e proferida a palavra do Presidente da AELE, Dr. Luis Minduca sobre a importância da inclusão cultural, levando em consideração a somatória de costumes, tradições e valores como  um jeito próprio de ser, estar e sentir o mundo, ‘jeito’ este que leva o indivíduo a fazer, ou a expressar-se, de forma característica.

Acadêmicos
Livros distribuídos durante o evento
Alunos da Escola Costa e Silva
Orquestra Flautistas do PETI
Orquestra Flautistas do PETI
O Presidente da AELE Luis Minduca distribuindo livros
Acadêmicos, Professores e Público Geral



terça-feira, 7 de dezembro de 2010

CONVITE - Confraternização da AELE



            TEMA:  NATAL COM POESIA

  Convidamos V. Sa. e família a participarem da Confratenização de Natal da Academia Escadense de Letras, que neste ano realiza o seu Natal com Poesia com a presença da Orquestra: Flautistas do PETI; ocasião em que realizaremos também, no intuito de levar 'a palavra e a voz', uma campanha de doação de livros infanto-juvenis, a fim de promover a inclusão cultural dos jovens  deste município.

Data: 15/12/2010
Hora: 19h
Local: Igreja São Sebastião -         
Bairro de Jaguaribe -Escada- PE

* Aceitaremos doações de livros para a nossa campanha.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Tobias Barreto

Um eterno lutador com palavras

Tobias Barreto de Menezes nasceu em Sergipe (Vila de Campos do Rio Real), no dia 07 de junho de 1839. Filho de Pedro Barreto de Manezes e Emerenciana Maria de Menezes. Era professor, filósofo, político, advogado e poeta. Casou-se em 1869, no Engenho Riqueza, paróquia de Escada, com Grata Mafalda dos Santos. Residiu na cidade de Escada de 1871 a 1881, travando uma luta constante em prol da mudança da mentalidade do povo escadense, totalmente subalternos aos políticos e professores da época. Não perdia oportunidade de apontar os erros na vida dos homens políticos desta cidade. Revoltado com o insucesso e retrocesso cultural do povo escadense, pronunciava sempre a frase “isto é escada somente para descer”.
Em setembro de 1877, tentou uma ação política e cultural, fundando o Clube Popular Escadense, onde iniciou uma luta notável pelos direitos da mulher brasileira, e simultaneamente esperava incutir o mais vivo sentimento do seu valor, despertando a revolta dos opressores no seu entusiasmo pelos oprimidos. O clube teve efêmera duração, tal acontecimento fez o grande sábio desabafar: “foi esta inda uma das muitas ilusões de que se tem alentado nesta bela terra, onde, aliás, vim sepultar os dois mais caros objetos do meu coração e da minha fantasia: minha mãe e meu futuro”.
Durante o período em que viveu, ele escreveu parte de seu magnífico livro “Dias e Noites” (único volume de versos) e vários periódicos críticos, literários e noticiosos, entre eles destacam-se os seguintes jornais: “Sinal dos Tempos”(1874), a “Comarca de Escada”(1875); “Devaneio Literário” – Dedicado à mocidade escadense(1875); “O Desabuso”(1875), “Lutador Alemão” – redigido em alemão (1875); “O Escadense” (fim de 1877); “A Igualdade”(meados de 1878); “Contra a hipocrisia”(1878); “Estudos Alemães”; e a Revista mensal de Filosofia, Direito, Literatura e Crítica, publicada em outubro de 1880.
Os periódicos foram impressos, exceto “O Lutador Alemão”, na tipografia de Antônio Pedro Gomes Magnata, em Escada, Rua Dr. João Pessoa, nº 22, conhecida como Rua da Cadeia.
Em 1881, por motivo de desentendimento com os herdeiros de seu sogro, foi envolvido injustamente numa questão de escravos fugidos, sua casa foi cercada pela policia e capangas. Insultado e ameaçado decidiu sair do município de Escada e foi residir em Recife.
Em 1822, conquistou a cátedra de Prática de Processo, da Faculdade de Direito do Recife, regendo as cadeiras de Filosofia do direito, Direito político, Direito criminal, Economia política e Prática de processo. O seu vasto conhecimento sobre o estudo de Direito fez com que conquistasse o nome de ‘Jusrisconsuto’.
O período do magistério político de Tobias Barreto teve pouca duração. Vítima de complicação cardíaca, faleceu na noite de 26 de junho de 1889, em Recife, sem conseguir realizar dois grandes sonhos: ser deputado ou senador por Sergipe e ir à Alemanha fazer conferência em Berlim.
A trajetória de Tobias Barreto em Escada, muito contribuiu para incrementar as páginas da nossa história e da população escadense suas obras foram relevantes como incentivo para aqueles que apreciam a Literatura e buscam o enriquecimento cultural través dos trabalhos profícuos que tanto enalteceram a nossa cultura. A Academia Escadense de Letras, presta-lhe homenagem, nomeando sua Instituição, como: “Casa Tobias Barreto”.

Mariinha Leão - Acadêmica da AELE