quinta-feira, 7 de abril de 2011

Professor Sebastião Lôbo

- Um Mestre das Ciências Humanas -


A indicação do professor Sebastião Lôbo, para patrono da Cadeira nº 4, não foi acatada por uma vasta publicação de títulos literários, mas pelos serviços prestados à população escadense; por um lado, como: Agente do Instituto Brasileiro de Geografia- IBGE; como 1° Delegado do FUNRURAL , prestando o seu apoio ao 'homem do campo', nesta cidade; e  como Professor e Diretor-fundador de várias Escolas do município; por outro, pela sua intelectualidade comprovada, concernente às Ciências Humanas, nas disciplinas de História, Filosofia, Línguas: Portuguesa, Inglesa, Russa;  Educação Física; e por todos aqueles que tiveram a oportunidade de com ele conviver, palestrar e ter acesso à sua preciosa biblioteca.
O professor Sebastião Ferreira de Barros Lôbo descende de uma das mais ilustres famílias da Península Ibérica Espanhola, porquanto provém do Conde Dom Lopo Dias, 9º Senhor Soberano de Biascaia, Navarra e Castela-a-Velha ( falecido no ano de 1770),  que venceu os Mouros a 30 de novembro de 1227, por ocasião da conquista da Baeça; casou-se com D. Sancha  e  foi pai de Dom Pedro Pais Lobo, que unindo-se a Portugal , teve do Rei Dom Sancho o senhorio da terra de Basto e deu  a continuidade  do sobrenome Lobo aos seus descendentes; o El Rei, Dom Manuel I, e sua irmã, a Rainha D. Leonor, pelos serviços prestados na África , no Reino e fora dele, com muita diligência e fidelidade, lhe acrescentaram por Carta  de 24 de junho de 1506, as Armas (brasão) assim constituídas: De prata, com cinco Lobos passantes de negro, armados e lampassados de vermelho, postos em sautor; timbre: cantão de vermelho com um dos Lobos do escudo, carregado de um castelo  de ouro. ( Pesquisa do Museu de Ciências Naturais – Horto de Dois Irmãos – Recife-PE; Pesquisador: Petrônio Machado Cavalcanti). (...)
O professor Sebastião Lôbo, nasceu na cidade   de Catende,  Mata Sul de Pernambuco, a 20 de Janeiro do ano de 1921. Naquela época, a Indústria Açucareira em Pernambuco encontrava-se em plena efervescência. Filho de Sebastião Bacalhau de Barros Lôbo e de Maria Ferreira de Oliveira, teve ali  sua infância e juventude, onde conviveu com colegas que mais tarde se tornariam  escritores de renome, como Pelópidas Soares, da Academia Pernambucana de Letras.
Prestou relevantes serviços ao Exército Brasileiro, nas patentes de Cabo e II Tenente da ativa, servindo às Forças Expedicionárias durante o período da 2ª Grande Guerra.
Sebastião Lôbo, como ficou conhecido nesta cidade, aqui chegou no ano de 1956, transferido pelo IBGE da cidade de Timbaúba, junto com sua esposa, Vanilda de Oliveira Lôbo, e os filhos Sevanil, Valdeque e Sevatil, anos depois lhe nasceria outro filho, o Valterjoy. Nesta cidade, iniciou o aprimoramento de sua cultura – Concluiu o Curso Técnico em Contabilidade, no ano de 1964; Cursou na Universidade Federal de Pernambuco, o Curso de Inglês, para o Ensino de 1° e 2º graus, em 1966; Graduou-se pela Escola Superior de Educação Física de Pernambuco, em 1969; Concluiu o Curso de História pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1971;  Professor do Ginásio Nossa Senhora da Escada, nas Cadeiras de Inglês e Português, em 1966; Professor das Escolas: Maria Ernestina de Araújo Monteiro e  Professor Eraldo Campos; Diretor da Escola Américo Carneiro Novaes, nesta cidade; Diretor /Fundador da Escola Municipal Stº Antônio, em Primavera, no ano de 1968; Diretor/Fundador da Escola Técnica e Comércio Escadense, de 2º grau, em 1970 – na  qual estudou o Acadêmico Severino Lins, membro da AELE; Diretor/Fundador e professor,  da Escola Monsenhor Arruda Câmara, de 1º e 2º graus, em Primavera, 1972; Iniciador e Delegado/ representante do FUNRURAL – nesta cidade, à rua João Manuel Pontual, nº 15 (centro).
O Professor Lôbo – era um homem como poucos; amante dos livros desde tenra idade, costumava ler orientado pelo pai, autores como: Dostoiévski, Léon Tolstói, Cervantes, Marx, Os Pensadores, Os Historiadores: Will Durant, Césare Cantú, Berthand Russel e Plutarco, e ainda os romancistas Ingleses e Americanos, como: Shakespeare, Dickens, Virginia Woolf, Thomas Man, entre outros. Além de culto, era um homem justo, e acima de tudo, humano; sua presença, que  inspirava paz, tranquilidade e segurança – deixava em todos um desejo imenso de ouvi-lo sempre; amigo de longas datas do Acadêmico Marcos Galdino, e de tantos outros escadenses – amigos, alunos - que o têm vivo em suas memórias; os escadenses  jamais poderão  esquecer sua figura esguia, que durante anos lutou pelo progresso da cultura nesta 'princesinha dos canaviais'.
Deixou-nos um livro escrito, ainda inédito, intitulado: “Catende e Eu”, onde narra suas peripécias infantis, e ao mesmo tempo, apresenta uma crítica política da época, porém sem deixar de nos encantar com a verborragia do seu 'português' perfeito, aprimorado pela leitura  de anos , e de nos encantar também, com suas 'figuras de retórica'; A ele – todos os escadenses e esta Academia de Letras, agradecem!
Dele: “Quem lê, não teme a Morte”.
Acadêmica Sevatil Lôbo
-Filha do Professor Sebastião Lôbo-

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